Se dependesse de parte do eleitorado regional, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), seria reeleito em primeiro turno na corrida ao Palácio do Planalto. É o que aponta a pesquisa desenvolvida pelo Instituto Methodus, contratada pelo Grupo A Hora. Ao todo, 400 eleitores foram entrevistados no Vale.
Na menção espontânea, Bolsonaro soma 49,9%, contra 26,1% de Lula (PT), principal adversário na disputa. Já na estimulada, quando os nomes são apresentados aos eleitores, o candidato a reeleição chega a 51,4%, enquanto o ex-presidente vai a 27,5%. O panorama regional é diferente da tendência nacional, onde o petista lidera nas principais pesquisas.
A novidade na pesquisa é a presença de Simone Tebet (MDB) na terceira posição com 5,2% em ambos os cenários. Ela subiu mais de 4 pontos percentuais e ultrapassou Ciro Gomes (PDT), ainda que ambos estejam em empate técnico dentro da margem de erro. Soraya Thronicke (União Brasil) é mencionada nos dois levantamentos com 0,7%, enquanto Sofia Manzano (PCB) soma 0,2% na estimulada.
A pesquisa integra o projeto “Pensar Eleições 2022 – Desperta, Vale do Taquari”, desenvolvido pelo Grupo A Hora em parceria com a Univates. Ao todo, foram ouvidas 400 pessoas nos municípios mais populosos da região, entre os dias 22 e 24 de setembro. A margem de erro é de 5,0 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Vantagem expressiva
Na avaliação do diretor de projetos do Instituto Methodus, José Carlos Sauer, o cenário atual de intenção de voto no Vale tende a se manter no dia da eleição, isso porque o número de indecisos é baixo, tanto na pesquisa espontânea, quanto na estimulada. Ele descarta possíveis surpresas na apuração.
“É uma decisão que já estava tomada pelo eleitor há mais tempo. E não há uma mudança significativa da espontânea para a estimulada. É provável que o candidato Bolsonaro tenha esse desempenho na região. E a distância dele e de Lula para os demais é muito grande. Uma mudança é improvável”, observa.
Sauer entende que pode ocorrer um crescimento de Lula em virtude da busca pelo voto útil, o que não alteraria o panorama local. “Não tivemos grandes movimentações nas pesquisas nacionais, e nas nossas isso também não acontece. À exceção da Simone Tebet, que apresentou a maior mudança. Até antes da campanha, ela era desconhecida da população”, frisa.
Disputa aberta para o Senado
Na primeira pesquisa com as candidaturas ao Senado consolidadas, quem desponta na liderança é Hamilton Mourão (Republicanos). Na espontânea, ele soma 23,8% dos votos. Olívio Dutra (PT) e Ana Amélia Lemos (PSD) aparecem na sequência, com 12,7% e 8,7%, e Comandante Nádia (PP) soma 1,2%.
Já na estimulada, Mourão mantém vantagem de mais de dez pontos sobre Olívio: 30% a 18,1%. O petista é seguido de perto por Ana Amélia, que tem 16,1%. Nádia alcança 4,7%, enquanto os demais nomes não chegam a 1% dos votos.
Conforme Sauer, a disputa ao Senado, de certa forma, reproduz o cenário presidencial na região. “Mourão representa o bolsonarismo, enquanto Olívio é identificado com o voto em Lula. Porém, se percebe uma desatenção do eleitor ao processo, pois são quase 50% de indecisos na espontânea. Ele sabe que tem eleição no domingo, mas ainda não escolheu alguém para votar”, alerta.
Por isso, Sauer não descarta surpresas no resultado final no Vale, inclusive com uma aproximação maior de Ana Amélia. “Ela tem uma campanha vinculada à do Eduardo Leite, então é muito provável que tenha um crescimento. E até a pesquisa estimulada indica isso, pois 23% de indecisos é uma quantidade grande, que pode influenciar no resultado final”.
FICHA TÉCNICA
– Pesquisa eleitoral feita pelo Instituto Methodus, entre os dias 22 e 24 de setembro;
– Foram entrevistadas 400 pessoas na região, com eleitores de ambos os sexos, idade igual ou superior a 16 anos, de diversas classes sociais e escolaridade;
– A margem de erro da pesquisa é de 5,0 pontos percentuais, para mais ou para menos, sobre
os resultados obtidos em um intervalo de confiança de 95%;
– A pesquisa está registrada no TSE sob o número: RS-01981/2022.