Jornal Nova Geração

FIM DE ANO

Pesquisa aponta que 55% das lojas buscam temporários

Otimismo para o fim do ano faz com que haja mais vagas de trabalho na comparação com 2021. Conforme estudo da Fecomércio, 49,6% dos temporários têm chance de efetivação

Mais de 60% das vagas abertas para o período de fim de ano são para o setor comercial. Crédito: Filipe Faleiro

O Natal deste ano promete ser um dos mais movimentados para o comércio desde o período pré-pandemia. Pela estimativa prévia das entidades ligadas ao varejo, há uma tendência de vendas perto dos 15% acima do visto em 2021.

Essa perspectiva interfere também sobre as oportunidades de trabalho. A partir de pesquisa da Fecomércio, mais da metade dos estabelecimentos gaúchos estão com vagas em aberto para o período do fim de ano. Na comparação com o Natal passado, o percentual de empresas com procura de reforço nas equipes foi de 33,4%.

Para 2022, esse dado subiu para 55,2%. “Em 2021, ainda havia muita incerteza em decorrência da pandemia, com um certo receio no ar. Neste ano, teremos uma volta à normalidade, e isso é muito bom à economia”, comenta o presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn. Nesta edição da Pesquisa Temporários, foram abordados 697 estabelecimentos para compor a amostra de 385.

As entrevistas ocorreram do dia 16 de agosto até 23 de setembro. Do total de empresas que vão contratar, a maioria também pretende aumentar a equipe. Esse adicional representa um incremento de 35,1% na força de trabalho.

Com relação ao período, a maior parte das empresas (73,5%) pretende encerrar os contratos temporários até janeiro. Ainda assim, essas vagas podem ser mantidas, pois 49,6% dos funcionários escolhidos neste período tem chance de serem efetivados.

Crescimento em todos os setores

O movimento mais intenso nas lojas já começou a ser percebido no Dia das Crianças. A tendência é que aumente. É o que afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL), Aquiles Mallmann. Em reunião nessa terça-feira, a sensação foi de otimismo. “Os associados foram unânimes. Todos percebem que o consumidor está de volta às lojas e que teremos um Natal melhor.”

De acordo com ele, esse sentimento se reproduz nas contratações. “É o momento para o comércio. Também para os serviços, bares, restaurantes. Após dois anos de incertezas, há uma retomada econômica.”

Em uma análise prévia, a CDL Lajeado acredita em um aumento nas vendas de Natal de 10 a 12%. “Teremos uma perspectiva mais clara ali pelo dia 20 de novembro. Quem sabe até superando os 15% a mais de vendas.”

Com relação aos produtos mais procurados, o Natal tem como característica ser uma data com crescimento em todos os setores. “Vai de uma lembrancinha até trocar de carro.”


Entrevista | • Patrícia Palermo, economista-chefe da Fecomércio

“Para quem busca trabalho, agora é a chance”

A Hora – Quais os motivos para uma maior abertura de vagas neste fim de ano na comparação com 2021?

Patrícia Palermo – No percentual de contratação de pessoas, há semelhança com o ano passado. A diferença está no número de estabelecimentos com postos em aberto. Tudo isso passa pelo retorno da normalidade. As pessoas voltaram a sair, o fim de ano é um período de reencontro e de se presentear. Tudo isso vai movimentar mais a economia. Para quem busca trabalho, agora é a chance.

– O comércio e os serviços já passaram pela crise provocada pela covid?

Patrícia – Ainda há muitos desafios pela frente. Houve uma melhora, mas não estamos em um “céu de brigadeiros”. A inflação, apesar de estar em queda, ainda é elevada. Os juros estão muito altos e as famílias endividadas. Isso tudo interfere no apetite de consumo.

– O estudo da Fecomércio mostra que a maior procura das empresas é por vendedores. No Vale do Taquari, a Pesquisa Rumo, apresentada em maio, também apontou necessidades para esses profissionais. Por que há tanta dificuldade nessa área?

Patrícia – Não tenho uma explicação. Mas os relatos dos empresários são muitos parecidos. Falta pessoas que queiram trabalhar com vendas, que tenham o perfil para essa função. Algo importante é que todos somos vendedores. Podemos ser prestadores de serviço, mas vendemos. Temos de entender que vendas faz parte de todos os negócios. É algo intrínseco dentro de uma organização. O vendedor sempre foi alguém criativo, com característica empreendedora, comunicativa e que cria ligações com as pessoas. Agora passamos por um quadro de carência em uma área fundamental para todos os negócios.

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