Após dois anos de silêncio durante o Carnaval, as escolas de samba preparam as fantasias, montam roupas com plumas e brilhos, restauram carros alegóricos e ensaiam ao som do samba-enredo. Com a saudade de passar pelas ruas e avenidas das cidades, a partir de sexta-feira, 17, os carnavalescos voltam prontos para a folia.
No ano em que comemora 40 anos de história e tradição, a Escola de Samba Inhandava também volta às ruas para celebração do Carnaval. Neste ano, cerca de 200 integrantes levam pela avenida bom-retirense a memória de mulheres que marcam a evolução do município. Com o tema “Salve, salve Bom Retiro, viva as mulheres da tua história”, o objetivo é homenagear figura femininas que dedicaram a vida por Bom Retiro do Sul e destacar a importância feminina no desenvolvimento da cidade.
Considerado um dos carnavais de mais expressão no Vale do Taquari, a escola se prepara para receber grande público e expressar o amor pela festa popular. “O desfile de rua de daqui sempre foi muito procurado pelos espectadores da região, para ver a essência e a paixão que colocamos ao entrar na avenida. E é isso que irão ver, muita alegria, respeito e diversidade”, destaca o presidente Bruno Petry.
Ele relata que, apesar de o grupo sentir falta de estar na rua durante o período de pandemia, a paixão pelo samba e pelo Carnaval não desapareceu. No entanto, percebem que é o momento certo para retornar às manifestações culturais com segurança. Durante o período sem atividades carnavalescas, a escola participou de várias ações culturais e de cunho social. Além disso, a tradicional Gincana Inhandava foi retomada em 2022.
“Nesse aniversário de 40 anos, queremos comemorar muito. É muito bom fazer isso na avenina e resgatar o amor que muitas pessoas da nossa cidade já tiveram pela Inhandava. Continuaremos usando nossa paixão para reerguer essa tradição e resgatar os tempos áureos do Carnaval no Vale do Taquari”, afirma Petry.
Festa da alegria e da diversidade
“Vamos espalhar contos pela avenida”, afirma a presidente da Escola Renascer do Samba, Adriana Vidal. Com sensação de frio na barriga e muita expectativa, ela trabalhou até o último dia na confecção das roupas e fantasias. Com a pistola de cola-quente na mão, encaixou cada pluma e cada adereço nas fantasias. Segundo Adriana, agora só falta ir para a avenida, que será a Rua da Escadaria.
Além dos contos a serem contados durante o desfile, a presidente destaca que neste ano a escola não entrará com o samba-enredo, mas sim com uma música conhecida pela sociedade. “O público vai cantar conosco e participar ativamente”, destaca. Ela também ressalta que pessoas de todas as localidades de Estrela estão envolvidas no processo criativo e no desfile.
O objetivo é que os contos possam representar todos os “reis” e “rainhas” que participam do Carnaval. Adriana salienta que neste ano, a comissão de frente também é composta por uma mulher transsexual e ressalta a importância da diversidade na festa celebrada pelo povo. “Nosso objetivo é fazer com que as pessoas vejam que é um período de elevar a autoestima, de todos perceberam que podem ser reis e rainhas. Aqui não existe distinção”, afirma.
Desfile integrado
Ambas escolas de samba vão desfilar nas duas cidades. O bloco do Palhaços, de Lajeado, e a Escola Muleke Atrevido, de Encantado, compõem os shows nas avenidas. O objetivo dos carnavalescos é fazer com o que a chama da festa mais popular não apague mais e resgatar a festa no Vale do Taquari.
Programação:
Sexta-feira, dia 17: Bom Retiro do Sul
• Bloco dos Palhaços
• Escola Renascer do Samba
• Escola Muleke Atrevido
• Escola de Samba Inhandava
Sábado, dia 18: Estrela
• Escola Renascer do Samba
• Escola de Samba Inhandava
• Escola Muleke Atrevido