Quando você iniciou na corrida?
Ruberto Horn – Eu comecei a correr quando estava no quartel em Santa Maria. Treinava bastante e era um dos melhores do meu batalhão. Lembro de ter participado de uma prova de 10 quilômetros naquele período. Eu estava com amigdalite e passei uma semana na enfermaria, mas fui liberado a tempo de competir. No dia da prova, senti algumas dores já no primeiro quilômetro, mas segui firme e no fim já não sentia muito esses desconfortos. Mais de mil atletas participaram desta competição e mesmo com essa adversidade fiquei em 60º na colocação geral. Quando voltei a Estrela, participei de muitas rústicas aqui na região. Na primeira vez que corri aqui, fui vestido de açougueiro, que era minha profissão naquele tempo. Fiquei em segundo lugar.
Como você voltou a praticar o esporte?
Ruberto Horn – Faz nove anos que voltei a correr. Tive que parar na época em que comecei a trabalhar na Polar, onde fiquei 15 anos. Depois eu segui na carreira de taxista e, devido ao dia a dia, não praticava esportes com regularidade. Às vezes, quando viajava para a praia eu decidia correr na beira do mar. Então quando eu estava com 77 anos, minha filha mais velha me incentivou a retomar esse hábito. Ela também participava de rústicas e perguntou o que eu achava desta ideia. Fui fazer um treino na Transantarita para ver como me saía. Corri cinco quilômetros e aguentei todo o percurso, então decidi participar de uma prova em Lajeado, onde fiquei em segundo lugar. Desde então participo de várias corridas.
Como é sua rotina de treino e quais os benefícios?
Ruberto Horn – Faço duas corridas de cinco quilômetros por semana, mas nem sempre no mesmo lugar. Corro onde dá vontade nas ruas de Estrela. Percebo que desde meu retorno na corrida, minha saúde segue intacta. Não tenho problemas com pressão arterial, tampouco faço uso de medicações, além de melhor disposição. É algo que tenho prazer em fazer e me traz muitos benefícios.
Como foi sua participação no Circuito dos Vales?
Ruberto Horn – Corri três quilômetros nesta etapa e foi a primeira prova que participei no ano. O trajeto foi bem tranquilo, fiquei em segundo lugar na minha categoria e ganhei o troféu de atleta mais velho. Sempre foi difícil ver pessoas com mais de 70 anos correndo, espero ver mais pessoas entrando neste esporte.
Como você se sentiu com esse reconhecimento?
Ruberto Horn – Eu fico muito contente. É uma forma de incentivar os mais velhos a praticar alguma atividade física. Espero que com meus 86 anos e correndo, possa inspirar as pessoas para que pratiquem atividades físicas. Todas as pessoas que têm condições de participar, deveriam. Na minha opinião não existe coisa melhor pra saúde.