O plantio do trigo 2023 está chegando na reta final, e temos que ter em mente uma estratégia diferente da safra passada. Primeiro, a área plantada este ano será menor em relação à safra anterior. Segundo que temos a previsão de um El Niño com grande intensidadAe. Ou seja, caso se confirme esta previsão, teremos chuvas acima da média concentradas principalmente na fase de enchimento da espiga. A umidade em excesso provoca doenças como a giberela, por exemplo, que compromete a produtividade da cultura.
Por estes motivos, na tentativa de escapar do final de setembro mais chuvoso sem ter trigo espigado na lavoura, se atrasou o plantio nesta safra para a virada de junho para julho.
O trigo é uma cultura de risco na nossa região dada a baixa altitude, onde a cerração costuma estar presente por vários dias consecutivos. Isso exige atenção do produtor em relação a doenças foliares que nesta condição climática acabam comprometendo a produção.
Outro fator a ser considerado é a baixa brusca no preço pago ao produtor nesta safra, que está em média 40% menor que na safra passada. Esta baixa limita o investimento na cultura.
Em nossa lavoura optamos por redução de área e adotamos o plantio mais técnico, com análise de reserva de nitrogênio no solo (pois o trigo precisa de 35 kg de nitrogênio na base). E também análise foliar no decorrer do ciclo para medir a capacidade de absorção da planta (são necessários mais 35 kg de nitrogênio para cada tonelada que se busca produzir). O nome do programa que disponibiliza este manejo chama-se Dose Certa.
Os demais tratamentos para solubilização de nutrientes, controle de doenças e pragas através de insumos biológicos On Farm (feitos na propriedade) são de baixíssimo custo e alta eficiência. Reduzindo assim a carga de defensivos químicos na cultura, disponibilizando um pão mais sadio na mesa do consumidor.