A urgência em atender à comunidade da Linha Ano Bom Alto, afetada pelo temporal do dia 16 de junho, adiantou a visita de representantes do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A análise presencial, que seria possível apenas no ano que vem, ocorreu nesta terça-feira, 4. Duas geólogas fizeram a avaliação dos impactos no solo e vistoriaram área que é alvo de inquérito civil no Ministério Público (MP).
Além delas, o geólogo Cristiano Danieli, contratado pela administração municipal, e o gestor ambiental Samuel Presa Rodrigues, chamado pelos moradores, retornaram ao local. Embora os resultados das análises necessitem de maior prazo, todos atenderam aos questionamentos dos vizinhos. O principal deles foi sobre a relação do processo erosivo no terreno com a intervenção no morro acima da estrada geral da localidade.
Os laudos do CPRM e da Gaia Ecológica – listada pela comunidade – devem ficar prontos até o fim do mês, enquanto o da Konda Geologia Ambiental – vinculada ao governo – será entregue até o fim desta semana. Até lá, não é possível determinar as causas das rachaduras. Alguns pontos foram levantados, como a sobrecarga do solo devido ao volume de chuva e o direcionamento das descidas para a água.
Medidas paliativas
No local aberto para uma estrada, que ligaria a estrada geral ao topo do morro, a sugestão é que seja feito um plano de recuperação de áreas degradadas (Prad). A indicação é que um eventual deslizamento não atingiria residências, mas o curso da água pelo trecho modificado facilita a erosão e consequente descompactação do solo.
Para o espaço onde surgiram as rachaduras, foi apontado que as fendas sejam fechadas para interromper as instabilidades. A equipe do CPRM avalia que, por ter uma delimitação na área, o processo seja viável e uma possibilidade de minimizar o dano.
Relembre o caso
Após as chuvas de 16 de junho, moradores identificaram aberturas no solo que seriam causadas pelo volume de água acima do normal que desceu dos morros nas imediações. Rachaduras com até 80 centímetros de movimentação de terra foram verificadas em uma área com cerca de 2,2 hectares e aumentou a preocupação já existente.
Um parecer técnico endossado pelo MP recomendou a interdição da via para a passagem de veículos, o que foi feito pela administração. No domingo passado, 2, iniciaram os testes para elaboração de um laudo geológico, com sondagens e ensaios de infiltração que caracterizem os riscos de forma detalhada.