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CONEXÃO

Rock’n’roll une pessoas em festival no Parque da Lagoa

Bandas da região falam sobre como é trabalhar com o ritmo, que encontra público crescente no Vale do Taquari. Festival traz músicos locais e clássicos dos anos 1980 no domingo, 9, em Estrela

Foto: Marcelo Grisa

Som alto, música de atitude e roupas pretas são algumas das imagens que a mente forma quando se fala em rock’n’roll. Mas para quem toca esse tipo de música, pode ser muito mais. Para Wilson de Oliveira, o “Billy”, idealizador da banda Billy Brothers, é uma família. “Quando a gente reúne as pessoas em torno de um show, em torno da banda, a gente se ajuda muito, para além da música.”

A banda é uma das que se apresenta na quarta edição do FestRock, que ocorre em Estrela no próximo domingo, 9, no Parque da Lagoa, próximo das margens do Rio Taquari. Na programação, além deles, estão outras quatro bandas, incluindo os Garotos da Rua, de Porto Alegre, que completam 40 anos de atividade em 2023. Junto com as bandas, que começam a se apresentar após o meio-dia, ocorre também um festival de motos e carros antigos, a partir das 9h. A entrada é gratuita. Em caso de chuva, o evento fica transferido para o domingo seguinte, 16 de julho.
Para o secretário de Turismo, Cultural, Esportes e Lazer, Joel Mallmann, que também é músico, foi difícil fechar quais as bandas que deveriam estar no FestRock, que foi retomado em 2022. “Temos muitos grupos bons, e fazemos o possível nos eventos para dar chance a todo mundo”, argumenta.

Trabalho e amizades

A própria história dos “Irmãos do Billy”, tradução literal do nome da banda Billy Brothers, aponta para o coletivo. O músico foi chamado para uma apresentação no dia 13 de julho de 2019, quando se deu conta de que a forma como estava tocando não faria justiça à data, comemorada como o Dia Mundial do Rock. “Eu tocava em bares, com voz e violão, mas com músicas do rock”, lembra Billy. A reunião com outros amigos criou a banda, que começou a encontrar espaços para se apresentar.

A atual formação conta com Billy, que faz vocais e toca baixo, mais o guitarrista Abel Diehl, de Cruzeiro do Sul, e o baterista Felipe Pretto, de Teutônia. Os ensaios ocorrem em uma cabana próxima da Lagoa da Harmonia.

Dessa forma, o rock é também um mercado. Na propriedade onde fica a cabana, Felipe também trabalha na construção de um estúdio profissional para bandas da região. “Hoje nós temos uma cena crescendo muito no rock em todas as vertentes”, explica Felipe Pretto. “Nós acreditamos nisso, ficamos felizes em poder trabalhar com a música, e o público tem aumentado”, acredita.

Abel Diehl, o guitarrista, trabalha com estampas e serigrafia em camisetas, além de já ter vendido muitos CD’s e discos de vinil. “Eu sempre estive envolvido com a cena do rock de alguma forma. Não me imagino fazendo outra coisa”, afirma.

O sentido de cooperação, segundo os três, é muito comum na cena. “Eu encontrei o Felipe porque vim limpar um sofá na casa dele”, lembra Billy, que à época estava sem baterista na equipe. “Falei que tinha show marcado, e ele se ofereceu. Estamos aí”, ri. Contatos para outros produtos e serviços são comuns entre os músicos, e Billy lembra de já ter conseguido clientes para seus serviços de higienização com o público após os shows.

Sputnicks estiveram também na edição passada, quando cerca de 3 mil pessoas prestigiaram os shows do FestRock (Foto: Divulgação)

Origens e história

O rock’n’roll surgiu entre as décadas de 1940 e 1950, com artistas que uniam as influências de estilos como o blues, o jazz e o country. O registro mais antigo desse tipo de música é de uma mulher negra, com uma música de caráter gospel. Rosetta Sharpe lançou, em 1944, lançou a música Stranger Things Happening Everyday. A artista já era famosa, e foi a primeira a colocar canções de caráter religioso nas famosas paradas da revista Billboard, que já classificava, nessa época, quais as músicas mais populares dos Estados Unidos.

História é uma palavra central para a relação de vários outros rockeiros. Beto Rosa, que também se apresentará com sua banda no 4º FestRock, morou em Porto Alegre na adolescência. Lá, ele passou a se identificar com o gênero, e quando voltou para Estrela, passou a acompanhar a cena do Vale do Taquari. “Alguns dos melhores momentos que tenho registrado na mente foi o rock n’ roll que me proporcionou”, diz.

O criador do FestRock nos anos 1990, José Itamar Horn, o Bitti, assegura que o rock é importante também para o presente. Depois de muito tempo sem tocar, e acometido do mal de Parkinson, o baterista aponta que os tremores ficaram muito mais amenos depois que ele voltou a praticar nos últimos anos, ao integrar a banda Sputnick. “Quando eu estou no palco tem horas que nem sinto. A energia de estar lá me ilumina”, assegura.

PROGRAMAÇÃO

9h – Exposição de Carros Antigos e Encontro de Motociclistas
12h30min – Billy Brother
13h30min – Beto Rosa e Banda
14h30min – Sputinik
15h30min – Fox Hunters
16h30min – Garotos da Rua

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