Despertar o interesse dos jovens e solucionar problemas no setor logístico. Esse é o objetivo do programa “Motorista de Futuro”, iniciado nessa terça-feira, 22, em Estrela. O projeto é uma parceria entre o Centro Empresarial de Inovação, Tecnologia e Qualificação (Ceiteq), Sistema Fetransul e Sest/Senat. A primeira série de atividades reuniu cerca de 30 alunos do Ensino Médio.
Além da palestra com participação de empresas do setor logístico, motoristas com vasta experiência na área relataram aos alunos os benefícios de seguir na profissão. Durante a manhã, os jovens também conheceram a parte interna dos caminhões, bem aprenderam sobre as tecnologias embarcadas nos veículos.
O coordenador do Setor de Trabalho da Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade (Sedis), Daniel da Silva, diz que as atividades devem ocorrer de forma periódica e que o início do programa surgiu a partir das demandas do setor logístico. Ele destaca que as palestras são abertas à comunidade, ainda que o objetivo seja incentivar as novas gerações à carreira de motorista.
“Escutamos das empresas a dificuldade de contratação. Então queremos que os jovens entendam que hoje existem tecnologias que auxiliam nesse trabalho, que não é mais como antigamente. Por isso trouxemos os caminhoneiros. Vamos priorizar o Ensino Médio porque pode ser uma opção de carreira para eles”, aponta o coordenador.
Na avaliação de Silva, também é necessário entender o que os jovens esperam. Aluno do terceiro ano do Ensino Médio, João Pedro Haugg, de 17 anos, afirma que passou a considerar a carreira de motorista após as atividades. “Eu não conhecia a profissão. Mas com as facilidades que apresentaram, fiquei interessado pela carreira. Aprendemos, mais ou menos, como dirigir”, relata.
Busca por soluções
No Sest/Senat, além do “Motoristas de Futuro”, o ano tem sido dedicado para programas voltados à sensibilização dos jovens. Em conjunto com empresas do setor, há também aulas em andamento dentro do Jovem Aprendiz. Nos encontros, são organizados diálogos com os motoristas. Os alunos também conhecem o veículo, o funcionamento e detalhes sobre a vida dentro do caminhão.
Técnica de formação da entidade, Fernanda Pinheiro Queiroz aponta para a necessidade de atrair novas gerações para a profissão. “Sabemos que ser motorista de caminhão se tornou algo marginalizado, além da renovação que caiu consideravelmente. Queremos mostrar o lado bom, que não é mais necessário apenas ter a CNH, mas que existe uma série de benefícios envolvidos”, avalia.
Fernanda aponta para o número de vagas disponíveis na região e a oportunidade de construir carreiras em boas empresas do setor logístico. “Temos uma grande demanda, é uma necessidade da cadeia produtiva que buscamos solucionar com essas iniciativas”, afirma.
No Vale do Taquari, conforme acompanhamento do Sest/Senat, entre as mais de 7,5 mil solicitações de atendimento em saúde e cursos, a faixa etária dos 41 aos 50 corresponde a 25,6% dos serviços. Logo em seguida, estão os condutores de 31 a 40, com um percentual de 25,5%.