Programas para melhoria de infraestrutura das cidades, projetos locais para mitigar catástrofes naturais, compra de equipamentos para monitoramento do nível dos mananciais, até investimento em pesquisas sobre a bacia hidrográfica Taquari/Antas.
Esse conjunto de possibilidades fazem parte do escopo do programa Sul Resiliente. Em missão, técnicos do Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), da Defesa Civil e do Banco Mundial, visitaram cinco cidades da região. A comitiva passou por Estrela, Muçum, Roca Sales, Encantado e Lajeado.
De acordo com o diretor do Banco Mundial no Brasil, Johannes Zutt, há um orçamento perto de R$ 500 milhões para projetos voltados aos sul. Pelo impacto das enchentes nos vales do Taquari e do Itajaí (Santa Catarina), há um entendimento que são áreas prioritárias neste momento.
O programa tem por objetivo garantir acesso a financiamentos voltados ao planejamento de cidades com histórico de catástrofes climáticas. O apoio às áreas atingidas se sustenta em empréstimos, com juros subsidiados, que variam entre 5% até 7% ano, com prazo de pagamento de até 25 anos.
Diagnóstico de Estrela impressiona
O encerramento da visita foi em Estrela. No gabinete do prefeito Elmar Schneider, a equipe do Departamento de Meio Ambiente, apresentou um diagnóstico sobre os impactos da enchente nas barrancas do rio e também o projeto de requalificação das áreas vulneráveis, chamado de Verde Urbano.
Os detalhes impressionaram os técnicos das instituições financeiras. “Precisamos elogiar o prefeito e a equipe pela eficiência dos projetos. Queríamos que os demais municípios tivessem essa qualificação técnica”, afirmou o vice-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Junior.
Conforme a diretora de Meio Ambiente, Tanara Schmidt, em uma área de 15 quilômetros, há riscos de erosão e desabamento. Deste total, cerca de 15 pontos estão próximas a áreas habitadas. Pelo levantamento inicial, seriam necessários R$ 40 milhões para recuperação dos trechos.
Sobre o Verde Urbano, a equipe governamental de Estrela acredita que sejam necessários cerca de R$ 2,3 milhões para ações em um prazo de dez anos. Na iniciativa estão projetos para jardins de chuva, melhorias no trânsito, biovaletas, instalações, plano de drenagem e programas de educação ambiental.
Com base na apresentação, o próximo passo será uma reunião em Porto Alegre com integrantes do governo e do BRDE para orientar sobre a inscrição dos projetos no programa Sul Resiliente.
Estudo contratado pelo Consisa
Um dos objetivos é a necessidade de investimentos em tecnologia, bem como o monitoramento do nível da água e um estudo amplo sobre a bacia hidrográfica, afirma o diretor do Banco Mundial. Neste sentido, há algumas ações em paralelo. Um grupo de estudos da Sema, (Ufrgs) e Univates, elabora medidas para acesso aos recursos.