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EDUCAÇÃO

Municípios buscam soluções para vagas na Educação Infantil

Maior dificuldade está na abertura de vagas para turmas de berçário. Como alternativa, secretarias de Educação apostam na ampliação de escolas ou construção de anexos. Obras para novos espaços dependem de aval da União

Municípios encontram dificuldades em ofertar vagas para berçário. Demais níveis registram poucas crianças em espera (Foto: Marcelo Grisa/Arquivo NG)

A chegada do período de matrículas escolares traz de volta o debate sobre a espera por vagas na educação infantil. As seis cidades de cobertura do Jornal Nova Geração tem 826 crianças no aguardo para entrar na rede municipal de ensino. Entre a necessidade de ampliar estrutura de atendimento e os cases de sucesso para suprir a demanda, o momento é de mobilização para o próximo ano letivo.

Teutônia tem 444 crianças inscritas na Central de Vagas, no aguardo por matrículas para a etapa creche – dos zero aos 3 anos. De acordo com a secretária da Educação, Fabiana Lampert, cerca de 80 famílias foram chamadas, mas, por algum motivo, preferiram aguardar por vaga em outra escola, ou seja, foram para o fim da fila. “Pretendemos encaminhar cerca de 260 crianças para 2024. Os pais são avisados para realizar matrícula em uma das escolas que eles escolheram”, diz.

Ela explica que não há lista de espera para a etapa de pré-escola, voltada a crianças entre 4 e 5 anos, uma vez que a oferta ocorre também nas escolas de ensino fundamental, em meio turno, além das instituições de educação infantil, em turno integral. A modalidade em Teutônia tem cerca de 1,8 mil crianças matriculadas e o maior gargalo de vagas está no berçário.

Em outubro, uma comitiva do município esteve em Brasília para solicitar recursos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a construção de uma nova escola no bairro Canabarro, onde existe a maior demanda, próximo ao Parque Ipê. O projeto está estimado em R$ 3,6 milhões e os documentos foram encaminhados ao Ministério da Educação para avaliação. A instituição prevê atendimento a 188 crianças.

Sobre obras em andamento, a administração tem uma escola de educação infantil em construção na Vila Popular, com previsão de concluir no ano que vem. Há a possibilidade de ampliar a escola Alfredo Schneider, no bairro Teutônia, para receber crianças da educação infantil. “Nosso jeito vai ser esse, aplicar recursos livres”, aponta o prefeito Celso Forneck.

Em situação semelhante, a Secretaria de Educação de Estrela contabiliza 120 crianças inscritas para Educação Infantil na Central de Vagas do município. Atualmente, 1.604 são atendidas nos 13 espaços disponíveis, sendo 1.516 em Escolas de Educação Infantil (Emei) e 88 em Escolas de Ensino Fundamental (Emef).

Conforme dados disponíveis no portal da transparência de Estrela, 354 pessoas aguardam por vagas, desde o berçário até o maternal. A secretária Elisângela Mendes explica que as informações divergem devido aos encaminhamentos já feitos para o próximo ano. Ela ainda ressalta que a maior demanda está em turmas de berçário, por conta do grande número de nascimentos na cidade.

Outra preocupação em relação aos gargalos destas turmas é o fechamento do berçário na Emef Ruth Markus Huber. “Já não tem uma turma neste ano e a outra turma também será transferida em 2024. Esta faixa etária será atendida nas Emeis Espaço dos Sonhos, Girassol e Arco-Íris, além da projeção da construção de uma escola nova”, esclarece Elisângela.

A possibilidade de uma nova escola é um anseio de moradores do bairro Boa União. A destinação de uma área de 5,7 mil metros quadrados foi aprovada para a construção do espaço. A expectativa é que mais de 180 crianças sejam atendidas em turno integral, o que solucionaria o gargalo no aguardo por vagas. O andamento depende de liberação do governo federal.

Com perspectivas de solução

Com a fila zerada durante o ano, Bom Retiro do Sul, atualmente, contabiliza 15 crianças que aguardam por vaga em berçário. Os demais níveis do Educação Infantil não possuem espera. Coordenadora da área no município, Iara Kartsch destaca que a fila é única e as vagas são preenchidas conforme as demandas.

“Essa fila que se forma no fim do ano é resultado de nascimentos e de famílias que se mudam para Bom Retiro e buscam por creche. Nos demais níveis, conseguimos encaixar ao longo dos meses”, afirma a coordenadora. Hoje, a Educação atende 95% da demanda, com 742 alunos matriculados em cinco escolas infantis.

Segunda Iara, a expectativa é iniciar o próximo ano letivo com a fila zerada. Ela ainda ressalta que a matrícula no berçário é feita a partir dos quatro meses de idade e que algumas crianças que aguardam vaga ainda não completaram a idade necessária. Também como forma de diminuir o gargalo de vagas, a administração municipal investiu na construção de uma anexo com seis salas de aula na Emei Vó Marica, que solucionou grande parte da demanda.

Em Fazenda Vilanova, 13 crianças aguardam por matrículas nas turmas de berçário. O secretário de Educação, Fabrício Meneghini, comenta que a administração municipal busca verbas junto à União para ampliação das salas de aula na escolas de Educação Infantil. Hoje, 216 crianças estão matriculadas em duas Emeis, além de uma Emef que atende em tempo integral turma de pré-escola.

Sem espera por vagas

Dois dos municípios da microrregião mantêm a fila zerada para ingresso na educação infantil. Colinas e Imigrante apostam nos investimentos em infraestrutura e profissionais para atender à crescente demanda. Em Imigrante, por exemplo, a construção de um berçário e a ampliação da escola Ciranda dos Sonhos, no centro, foram medidas fundamentais para que não houvesse espera por vagas.

Entre 2019 e 2020, a instituição tinha 39 crianças matriculadas. Hoje, a creche acolhe 72 alunos. “Se não tivéssemos construído três novas salas, que nos oportunizaram ter novas turmas, com certeza teríamos lista de espera”, pontua o secretário da Educação, Carlos Lutterbeck. O município conta com outras duas escolas de educação infantil.

Um dos desafios dos municípios é a contratação de profissionais. “É uma preocupação que temos. Quando conversamos com outros secretários, as angústias são semelhantes quanto a falta de profissionais. Tanto monitores, quanto professores, temos essa dificuldade”, acrescenta o gestor de Imigrante.

Colinas possui duas instituições de educação infantil e consegue atender à toda demanda de alunos. Ainda que na faixa etária dos quatro meses de idade, aos três anos e 11 meses, a matrícula seja opcional por parte dos pais, todos que buscam atendimento têm vagas à disposição. “Todas as crianças, dos quatro aos seis anos, estão sendo atendidas”, complementa a assessora da secretaria de Educação, Cultura, Turismo e Desporto, Paola Schwarz.

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