Uma das cidades mais infetadas pelo mosquito Aedes aegypti em 2023, Estrela prevê situação semelhante no próximo ano e alerta a população sobre a possibilidade de mais um surto de dengue. Com mais de 900 casos notificados desde janeiro, o município é o sétimo no ranking estadual a registrar situações confirmadas da doença. O período de chuva nos próximos meses também é um desafio a ser enfrentado pela vigilância epidemiológica.
Os resultados do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) feito durante o mês de outubro ainda não foram disponibilizados. No entanto, a coordenadora Carmen Hentschke destaca que a infestação deve ser maior do que foi registrada em agosto, quando os indicativos chegaram 8,2. Segundo ela, grande parte dos focos de criadouro dos mosquitos estão nas residências.
“Foram colhidas mais amostras com larvas do que no último levantamento. Isso é um alerta que essa situação deve piorar. Os indicativos apontam que acima de 3,9 é infestação grave, portanto Estrela está em uma situação muito preocupante. Das amostras colhidas, 571 foram em casas e 51 em terrenos baldios”, ressalta Carmen.
A presença de larvas de Aedes aegypti está presente em todos os bairros do município. Ainda que as inundações possam causar impacto na infestação, a coordenadora aponta que falta de cuidado da população em relação a água parada e o período intenso de chuvas exigem mais atenção da comunidade.
“Quando chove por muitos dias seguidos, os recipientes espalhados pelas casas tendem a não secar completamente e os ovos colocados nas bordam ficam iminência de mais água para terminar de desenvolver. Por isso a importância de limpar semanalmente”, explica a coordenadora. A conscientização da comunidade, avalia ela, é a melhor medida para reduzir a infestação.
Diante da situação, Carmem afirma que o número de casos em 2024 deve ser igual ou superior ao que foi registrado neste ano. Além das ações de combate ao mosquito, ela alerta para os cuidados pessoas, como uso de repelente e atenção aos sintomas causados pela dengue, como dor de cabeça, no corpo e febre alta.
Ações contínuas
Bom Retiro do Sul e Colinas também enfrentaram períodos de alta infestação pelo mosquito vetor da dengue e elevação no número de casos da doença. Em 2021, a cidade bom-retirense contabilizou quase 600 casos confirmados, sendo o 4º município no ranking estadual com maior registro dengue. No ano seguinte, Colinas somou 205 casos com uma média 8,4 habitantes infectados a cada 100.
Com forte conscientização junto à comunidade, Bom Retiro do Sul não constatou a presença de larvas durante o último levantamento em outubro. Além disso, a administração municipal aposta no monitoramento constante de pontos estratégicos e vistoria nas casas. A Secretaria de Saúde também destaca a entrega de materiais educativos e ações junto ao comércio para fortalecer a fiscalização de pontos com água parada.
Em Colinas, o LIRAa apontou duas amostras com presença de larvas de Aedes aegypti. A secretária de Saúde, Angelita Herrmann, destaca que os índices inferiores aos registrados em outros períodos é resultado de anos de conscientização. “Continuamos com o trabalho intenso de pedir para a população cuidar dos pátios e fazer limpeza frequente de recipientes que possam acumular água”, afirma.
Ela destaca que as cheias e o período de chuva também causam preocupação no município. “Precisamos intensificar ainda mais as ações, principalmente porque as águas levaram muitos itens como potes e pneus junto aos entulhos. Com o volume pluvial, é necessário estar atento a essa situação também. O trabalho precisa ser constante”, finaliza Angelita.
Casos confirmados em 2023
- Estrela: 918
- Teutônia: 54
- Bom Retiro do Sul: 45
- Fazenda Vilanova: 4
- Colinas: 2
- Imigrante: 2