Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Cafezinho com NG | Adonis Valdir Fauth

Fundador do Jornal Nova Geração participa do Cafezinho com NG. Diante do aniversário de 58 anos do semanário, ele relata como foi a criação jornal e como percebe a importância do veículo de comunicação em guardar parte da história da região

Crédito: Andreia Rabaiolli

Como surgiu a ideia de criar o jornal?
Adonis Fauth – Em 1965, nas férias de julho, tínhamos formado um grupo de jovens. A principal preocupação era o vazio que existia em Estrela, em atividades esportivas e sociais, principalmente nas férias. Na mesma época existia um “jornalzinho” editado por Rudolfo Maria Rath, da Associação Comercial, colocado às sextas-feiras no balcão da Confeitaria Columbus. Por coincidência, estávamos os cinco integrantes do grupo tomando um cafezinho quando vimos que era a última edição de “O …”, nome do jornal que incentivava um sucessor ao “O Paladino”, que encerrara as atividades 24 anos antes. Deu um estalo na turma com a pergunta: “quem sabe a gente assume essa brecha?”. O nome surgiu na hora: Nova Geração. Em meia-hora estava tudo organizado. Já tínhamos o órgão de divulgação da juventude estrelense.

Como o jornal era feito?
Fauth – A maioria do grupo ainda era estudante. Muitas ideias na cabeça e nenhum dinheiro no bolso. Em 13 de janeiro publicamos o primeiro número com 5 ou 6 páginas mimeografadas à álcool. Fizemos 70 exemplares que sumiram logo. Fizemos mais uns 200 que também foram consumidos. Tudo com material emprestado, da máquina de datilografia ao mimeógrafo. Alguém patrocinava a compra do papel e outras necessidades. Tivemos que aumentar a tiragem, mas no máximo de 500 exemplares por edição, que era o limite das matrizes do mimeógrafo. Sugeriram assinaturas, mas limitamos a trimestrais pois não sabíamos até quando o NG iria conseguir circular… E ao invés de três meses, circula há 58 anos!

Como era a atuação da equipe?
Fauth – Desde o início a equipe de trabalho foi se renovando. Nosso grupo foi se formando nas faculdades e muitos foram para outras cidades. No fim do primeiro semestre, na equipe restavam somente dois dos cinco fundadores. Nas comemorações do primeiro aniversário, tivemos a ousadia de prometer o jornal impresso em breve. Isso ocorreu na Páscoa de 1967. Foi um passo gigante, pois tivemos que criar um modelo próprio. O alto custo era compensado pela beleza da impressão, o respeito da comunidade, pela qualidade editorial e pelas oportunidades abertas a escritores locais. E, claro, considerando que todos eram voluntários nas diversas atividades. Comandei o NG durante 11 anos e me sinto realizado pelo trabalho em favor da comunidade. É o meu legado para Estrela, mas só foi possível pelo grupo que sempre esteve ao meu lado.

Qual a importância de um jornal como o NG?
Fauth – Fiquei muito feliz quando o Grupo A Hora assumiu o jornal. Tivemos origem comum, começamos pequenos e fomos crescendo pouco a pouco, sem esquecer a função primordial de um jornal, independente de seu tamanho, de trabalhar pela comunidade e o respeito à própria história que, no caso do NG, são mais de meio século de vida, sem interrupções, com o galardão de mais antigo do Vale do Taquari em circulação.

Como você enxerga o futuro do Nova Geração?
Fauth – Vejo um futuro promissor ao Nova Geração pela tecnologia atual do Grupo A Hora com adaptação às diversas e modernas mídias, e pelo respeito adquirido ao longo dos anos de existência.

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