O jornal Nova Geração, em 13 de janeiro de 2024, alcançou seus 58 anos de atividades semanais, ininterruptas, feito raro e único até hoje no meio jornalístico do Alto Taquari. Criado em 1966, eu me incorporei ao NG em maio daquele ano. Atuei nas horas de folga no NG durante mais de 5 anos, até agosto de 1971, ao subir a serra para trabalhar em Bom Jesus.
O que parecia uma brincadeira inicial àqueles jovens idealistas, virou na dura realidade de arcarem com o custo financeiro daquela quase aventura. Os pesados desafios foram sendo encarados.
Em uma das edições do NG, nos idos de 1968, o nosso editorial pré-natalino mancheteava “O NG Não Pode Parar – Precisamos alcançar 500 novas assinaturas.” Em apoio àquele chamado, meia dúzia de edições posteriores, um exímio articulista do NG, o promotor público Ivar Hartmann prestou-nos um grande auxílio ao fazer “Um Pedido” em sua crônica da semana: “O jornal não pode parar. A população estrelense se reúne semanalmente por meio de suas páginas. O jornal deve sair do amadorismo e da boa vontade de alguns, para tornar-se um órgão autossuficiente.” A essa altura, o NG alcançava 700 assinaturas. E as chamadas foram bem acolhidas pela população. Pois, o NG não parou.
Vai durar?
Recuando bem mais no tempo, um outro cronista, que assinava eventuais colunas, nos brindou, em fevereiro de 1966, com um desafio, ao intitular sua crônica com um “Será Que Dura?” e escrevia: “Quando recebi o primeiro exemplar de Nova Geração não sabia se me alegrava com a iniciativa ou se me entristecia, aninhando no coração o pessimismo quanto à possibilidade de vida que o jornal teria. O tempo está passando e receberei, se Deus quiser, na próxima sexta-feira, pontualmente, como de costume, o oitavo exemplar, pois estou presenciando a sua impressão. Sei que o povo de Estrela e, em particular, a nova geração estrelense espera a longevidade do semanário.” A crônica era assinada pelo Roberto Pizzi, colega de antanho do BB, em Estrela. E o jornal durou…
As turbulências cruzaram-se com o nosso Nova Geração ao longo das décadas, sendo todas superadas. Com foco em metas duradouras, sucessivas administrações conduziram o NG aos seus atuais 58 anos. Destaque especial ao Adonis Valdir Fauth, fundador do NG. Por muitos anos carregou o NG nas costas. Até hoje, seguimos escrevendo a história de Estrela e região, por quase seis décadas. Escrevo “seguimos”, visto que sigo vestindo a camiseta do NG, empunhada em 1966. Longa vida, ou vida perene ao nosso Nova Geração.