Recorrentes faltas de água e problemas na distribuição. Situações que incomodam parte da população de Estrela e geram cobranças contra a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), responsável pelo serviço na área urbana. Em especial, as situações nos bairros Auxiliadora e Pinheiros preocupam comunidade e empresa, que garante que resolverá o problema ainda no primeiro semestre deste ano.
A Corsan reconhece os pontos problemáticos nos dois bairros, e busca alternativas para melhorar os diagnósticos e aprimorar os serviços. O superintendente da Regional Nordeste, Lutero Cassol, afirma que as localidades sofrem mais, sobretudo quando há momentos de alto consumo. “São pontos de maior consumo, como no fim do dia, fim de semana, quando as pessoas acabam fazendo suas limpezas e tem uma demanda maior.”
O planejamento da companhia prevê a disponibilização de novos poços para resolver de forma definitiva os problemas dos bairros. “Temos dois poços que estão em fase de montagem e instalação. No Pinheiros, resolvemos o problema por meio desse poço. Já no Auxiliadora, perfuramos o poço, mas ele ainda aguarda teste de vazão e potabilidade da água”, relata Cassol. A perfuração de um terceiro poço também está no cronograma da equipe.
Para prever eventuais falhas na distribuição, a Corsan projeta implementar a chamada telemetria, que é um sistema que permite acompanhar o nível de reservação, as pressões da rede e o funcionamento dos poços. A verificação pode ser feita por telefone pelas equipes técnicas da empresa. Em Estrela, o principal reservatório, localizado no bairro dos Estados, já conta com o dispositivo.
O prazo da companhia para entregar as estruturas à população é o fim do mês de junho. É o que garante o superintendente regional. “É um serviço não tão simples como imaginamos. Então a instalação de um poço desse tipo, entre começo, meio e fim, leva noventa dias para concluir e ser efetivamente colocado no sistema. Nós estamos apertando um pouco o prazo, porque existe uma necessidade um pouco maior ali”, conclui Cassol.
Falhas na distribuição
O superintendente lista alguns motivos que causam os períodos sem água nas localidades. “Os maiores problemas causados no abastecimento em toda a nossa regional são as faltas de energia elétrica.” Outras condições que impactam na distribuição, de acordo com Cassol, são rompimentos de tubulações por terceiros, obras em vias públicas e vazamentos de adutoras.
Os rompimentos e vazamentos, além da falta de água, ocasionam transtornos nas ruas da cidade. Por ser uma estrutura mais antiga, ela está instalada sob as vias, e para qualquer manutenção é necessária a abertura do trecho. A avenida Rio Branco é um exemplo, sobretudo entre a Sociedade Rio Branco e as imediações do antigo prédio do INSS.
Poços longe de enchentes
O planejamento da Corsan para a expansão das operações no município está em descentralizar as instalações de poços. “Nosso projeto é ter a cidade 100% abastecida por poços, mas não vamos mais perfurar em regiões alagadiças. Desta forma, poderemos manter a operação mesmo com cheias”, pontua Cassol. Diferente de outros municípios, a captação não é feita direto do Rio Taquari.
Falta de água…
Ao longo do verão, a comunidade do bairro Pinheiros repetia os avisos no grupo formado em um aplicativo de mensagens: “estamos sem água”. Moradores acionaram o Ministério Público (MP), que notificou a companhia, um dos motivos para a instalação dos novos poços ser antecipada. A última atualização do processo foi a instauração de um Inquérito Civil no dia 26, para investigar a situação.
… e barro nas torneiras
No bairro Auxiliadora, o maior problema ocorreu no início de fevereiro, quando o rompimento de um trecho da rede na rua Josefina Diel deixou os clientes sem água durante dois dias. Após o conserto, para a surpresa dos moradores, o barro que ficou no encanamento foi para as torneiras e levou transtornos a quem aguardava pela normalização do serviço.
Em nota, a Corsan explicou que no momento de acionar o sistema de distribuição, o expurgo da água suja não havia sido concluído. “O hidrante havia sido fechado por causas desconhecidas (possivelmente pela ação de terceiros) e isso ocasionou a retenção de impurezas na canalização”, dizia o comunicado.