Jornal Nova Geração

ESTRELA

Praça Henrique Roolaart recebe primeiro “jardim de chuva”

Iniciativa faz parte do projeto Verde Urbano, que busca minimizar efeitos dos eventos climáticos por meio de soluções baseadas na natureza. A proposta deve avançar para outros pontos da cidade a partir da captação de recursos

O primeiro jardim deve ficar pronto na meta de março. Crédito: Karine Pinheiro

A praça Henrique Roolaart recebe as primeiras intervenções programadas pelo projeto Verde Urbano, desenvolvido pelo departamento de Meio Ambiente de Estrela. No local ocorre a implantação de um jardim de chuva, iniciativa que busca minimizar os efeitos de chuvas torrenciais e evitar alagamentos. O dispositivo baseado na natureza também deve avançar para a área central da cidade e ao Parque Princesa do Vale.

A decisão de implantar o primeiro jardim de chuva surgiu a partir da necessidade de reformar a praça. O espaço localizado junto à Feira do Produtor foi afetado pela queda de árvores durante o temporal no mês de janeiro. Com as obras no local e o baixo custo da operação, foi possível antecipar a execução do projeto.

Bióloga responsável pelo projeto, Paula Fagundes explica que o departamento ainda busca recursos para implantação em todas as áreas previstas. Além da instalação de mais jardins de chuva, o projeto conta mais iniciativas como melhorias no trânsito, colocação de biovaletas, plano de drenagem e programas de educação ambiental.

Os jardins de chuva são mecanismos pensados para promover a drenagem sustentável. Arquiteto e urbanista do departamento de Meio Ambiente, Mauro Ayres destaca que a estrutura é mais econômica em comparação a um sistema de drenagem convencional. Além de recolher a água da chuva, o líquido excedente passa por filtragem.

“Os jardins de chuva são feitos a partir de uma cova, com mais ou menos um metro de profundida. Neste buraco são colocadas pedras de drenagem e uma tubulação no meio. A plantação é feita em cima deste solo. A aparência é de um jardim comum, mas na prática traz benefícios”, aponta o arquiteto. Com a iniciativa, também se evita a formação de grandes poças, devido aos bueiros entupidos em decorrência das enchentes.

O primeiro jardim na praça Henrique Roolaart possui 43,2 metros quadrados. Na extensão, será implantado um estacionamento oblíquo com saída para a rua Coronel Müssnich. O modelo de drenagem também possibilita a formação de ilhas de redução de calor. Neste momento, o departamento estuda possibilidades de plantas resistentes para o local.

“Temos que avaliar espécies que resistam aos eventos climáticos, como enxurradas e grandes volumes de água, mas que também sobrevivam às secas”, comenta Paula. Além dos benefícios relacionados ao meio ambiente, o projeto também oferece uma solução atrativa em paisagismo.

Apresentação ao Ministério das Cidades

O projeto “Verde Urbano” foi apresentado à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, do Ministério das Cidades, durante a semana. A proposta também contempla a instalação de um parque linear multifuncional com bacia de retenção junto à rua dos Marinheiros. A via é uma das mais afetadas durante os períodos de cheias.

A diretora do departamento de Meio Ambiente, Tanara Schmidt, esclarece que a proposta contempla soluções de drenagem que sejam baseadas na natureza e tragam benefícios à população. “Com a criação do parque, também criamos uma área de esporte e lazer na cidade, fazemos com que as pessoas não residam neste espaço de risco e também conseguimos minimizar o avanço das enchentes na cidade.”

O projeto foi protocolado no Novo PAC – Cidades Sustentáveis e Resilientes. Caso seja aprovado, o município será contemplado com R$ 17 milhões para execução da proposta. Na avaliação da diretora, o valor é suficiente para a totalidade das obras previstas.

Compartilhar conteúdo

PUBLICIDADE

Sugestão de pauta

Tem alguma informação que pode virar notícia no Jornal Nova Geração? Envie pra gente.

Leia mais: