A praça Henrique Roolaart recebe as primeiras intervenções programadas pelo projeto Verde Urbano, desenvolvido pelo departamento de Meio Ambiente de Estrela. No local ocorre a implantação de um jardim de chuva, iniciativa que busca minimizar os efeitos de chuvas torrenciais e evitar alagamentos. O dispositivo baseado na natureza também deve avançar para a área central da cidade e ao Parque Princesa do Vale.
A decisão de implantar o primeiro jardim de chuva surgiu a partir da necessidade de reformar a praça. O espaço localizado junto à Feira do Produtor foi afetado pela queda de árvores durante o temporal no mês de janeiro. Com as obras no local e o baixo custo da operação, foi possível antecipar a execução do projeto.
Bióloga responsável pelo projeto, Paula Fagundes explica que o departamento ainda busca recursos para implantação em todas as áreas previstas. Além da instalação de mais jardins de chuva, o projeto conta mais iniciativas como melhorias no trânsito, colocação de biovaletas, plano de drenagem e programas de educação ambiental.
Os jardins de chuva são mecanismos pensados para promover a drenagem sustentável. Arquiteto e urbanista do departamento de Meio Ambiente, Mauro Ayres destaca que a estrutura é mais econômica em comparação a um sistema de drenagem convencional. Além de recolher a água da chuva, o líquido excedente passa por filtragem.
“Os jardins de chuva são feitos a partir de uma cova, com mais ou menos um metro de profundida. Neste buraco são colocadas pedras de drenagem e uma tubulação no meio. A plantação é feita em cima deste solo. A aparência é de um jardim comum, mas na prática traz benefícios”, aponta o arquiteto. Com a iniciativa, também se evita a formação de grandes poças, devido aos bueiros entupidos em decorrência das enchentes.
O primeiro jardim na praça Henrique Roolaart possui 43,2 metros quadrados. Na extensão, será implantado um estacionamento oblíquo com saída para a rua Coronel Müssnich. O modelo de drenagem também possibilita a formação de ilhas de redução de calor. Neste momento, o departamento estuda possibilidades de plantas resistentes para o local.
“Temos que avaliar espécies que resistam aos eventos climáticos, como enxurradas e grandes volumes de água, mas que também sobrevivam às secas”, comenta Paula. Além dos benefícios relacionados ao meio ambiente, o projeto também oferece uma solução atrativa em paisagismo.
Apresentação ao Ministério das Cidades
O projeto “Verde Urbano” foi apresentado à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, do Ministério das Cidades, durante a semana. A proposta também contempla a instalação de um parque linear multifuncional com bacia de retenção junto à rua dos Marinheiros. A via é uma das mais afetadas durante os períodos de cheias.
A diretora do departamento de Meio Ambiente, Tanara Schmidt, esclarece que a proposta contempla soluções de drenagem que sejam baseadas na natureza e tragam benefícios à população. “Com a criação do parque, também criamos uma área de esporte e lazer na cidade, fazemos com que as pessoas não residam neste espaço de risco e também conseguimos minimizar o avanço das enchentes na cidade.”
O projeto foi protocolado no Novo PAC – Cidades Sustentáveis e Resilientes. Caso seja aprovado, o município será contemplado com R$ 17 milhões para execução da proposta. Na avaliação da diretora, o valor é suficiente para a totalidade das obras previstas.