Jornal Nova Geração

ESTRELA

Vigilância encontra dificuldades em conscientizar a população sobre dengue

Município apresenta alto índice de infestação do mosquito transmissor e contabiliza 106 casos confirmados. Bairros com mais registros da doença são Cristo Rei e Moinhos

Agentes circulam pelos bairros e orientam moradores sobre os cuidados. (Foto: Arquivo)

Diminuir o índice de infestação do mosquito transmissor da dengue e conscientizar a comunidade sobre os cuidados necessários são desafios para Secretaria de Saúde. Com 106 casos confirmados, Estrela é o município do Vale do Taquari com mais registros da doença. O resultado apontado pelo Levantamento Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) mais que dobrou em relação a 2023.

Análises feitas pelo setor de Vigilância Epidemiológica indicam que 80% do focos de mosquitos estão nas residências. O resultado do LIRAa revela índice de 16,3 – ideal seria menos de 1. Outro método utilizado para avaliar a presença do inseto é chamado de “Armadilhas de Ovitrampas”, que são espalhadas pelos bairros. A contagem mostrou que 97% das armadilhas apresentavam ovos.

Coordenadora do setor de vigilância, Carmen Hentschke esclarece que para não apresentar risco da doença à população, o LIRAa deve apresentar índice abaixo de 1. “Estamos com uma preocupação muito grande. Todos os bairros da cidade têm a presença do inseto. Grande parte dos focos estão nas residências. Não é uma característica só de Estrela, mas do país todo. A população precisa criar o hábito de evitar criadouros”, alerta.

Os bairros com mais número de casos são Cristo Rei (41), Moinhos (22) e Imigrantes (16). O trabalho dos agentes de endemias são direcionados conforme o registro da doença nos bairros e índice de infestação. No entanto, na avaliação da coordenadora, um dos maiores desafios é conscientizar a comunidade sobre a limpeza necessária e os risco da dengue.

“O Aedes precisa de água e borda para colocar os ovos. Recebemos reclamações sobre açudes e córregos. Esses lugares não apresentam condições para desenvolvimento do mosquito. A dificuldade está em fazer com que as pessoas entendam que é necessário limpar os potes e plantas de forma semanal. Manter os cuidados com piscina ou qualquer item que possa armazenar água também é fundamental”, explica Carmen.

Uso de repelente

Além dos cuidados com água parada, a coordenadora ressalta a importância do uso de repelente, como forma de proteção, e atenção aos horários de circulação dos mosquitos. Segundo ela, os meses que mais registram confirmação da doença são março e abril, devido à temperatura amena e o uso de roupas curtas.
“Em períodos muito quentes, é comum que o mosquito circule pela manhã e no fim da tarde até o início da noite. Esses são os principais horários de ataque. Já no inverno, o registro de casos diminui porque as pessoas usam roupas compridas. Mas os cuidados ainda não necessários, pois o inseto continua presente”, explica.
A Secretaria de Saúde também alerta para os sintomas da dengue. A orientação é buscar consulta médica em caso de febre alta, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor nos olhos e manchas na pele. A secretária Márcia Scherer destaca que a busca por atendimento cresce na cidade. “Só teremos sucesso nos índices a partir do comprometimento da comunidade”, avalia.

Vacinas

O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. A vacina não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante afirmou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Por isso, a vacinação será focada em público e regiões prioritárias. Segundo Carmen, não há previsão para chegada do imunizante ao Rio Grande do Sul em 2024.

Para cuidar em casa
  • Manter caixas, tonéis e barris de água bem tampados
  • Colocar o lixo em sacos plásticos e manter lixeiras sempre fechadas
  • Não jogar lixo em terrenos baldios
  • Se for guardar garrafas de vidro ou plástico, mantê-las sempre com a boca para baixo.
  • Não deixar a água da chuva acumular sobre a laje e em calhas entupidas
  • Encher os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda
  • Limpar as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água
  • Lavar com frequência os recipientes utilizados para guardar água, pelo menos uma vez por semana
  • Os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados toda semana.
  • É importante trocar a água desses vasos com frequência
  • Piscinas e fontes decorativas devem ser sempre limpas e cloradas.
  • Sempre que possível evite o cultivo de plantas como bromélias ou outras que acumulem água em suas partes externas.
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