Cerca de 126 hectares de terra rodeiam os 270 m² do casarão construído em 1860 pelo casal Valeriano de Souza e Juliana Menezes, no interior de Fazenda Vilanova. Eles eram tataravós de Antonio Gilson Martins, de 62 anos, que hoje mantém, ao lado da esposa Mauricia Noeci Martins, 62, a Fazenda Juliana, um ponto turístico e histórico no município que atrai visitantes da região, do Estado e do Brasil.
A propriedade passou de geração para geração. Em 2010, Mauricia e Antonio resolveram reformar o local e três anos atrás criaram um museu dentro de sua casa para resgatar materiais antigos e preservar a história dos antepassados. “Nem eu e meu filho queríamos vir, pois a casa era grande e sabíamos que viria gente de todos os lugares. Hoje estou feliz aqui, dou conta de tudo. Que Deus nos dê saúde para continuarmos cuidando daqui”, conta Mauricia.
Acervo do Museu
Dentro do museu, máquinas de costura, TVs, filmadoras, rádios e computadores de época, além
de livros, cadernos escolares, moedas e dinheiro. Um inventário do período de escravidão também faz
parte dos documentos guardados. Não é cobrado para conhecer o local. Conforme Martins, antes da
pandemia recebiam, por semana, 50 visitas, entre estudantes de escola e faculdade. “Sempre foi aberto
para o município e a comunidade. Teve, inclusive, trabalhos de conclusão de cursos baseados na nossa
casa”, aponta ela.
Próximos passos
Hoje, na Fazenda Juliana é feita a produção de leite, criação de terneiro e gado, e corte de eucalipto. Para o futuro, o desejo do casal é ampliar o museu com materiais e objetos de época. Além disso, o filho, Elisandro Maciel Martins, de 33 anos, deve dar continuidade à preservação da propriedade. Professor de Matemática, ele já auxilia os pais no cuidado do local nos finais de semana.
“Essa terra tem muito valor para mim. O município se formou da união de fazendas. Hoje, a Fazenda Juliana é a única que está intacta e preservada. Temos muito amor pelo lugar da gente”, afirma Martins.
Premiação Estadual
A Fazenda Juliana recebeu, neste ano, o Prêmio Trajetórias Culturais – Mestra Sirley Amaro. Por
meio da Lei Aldir Blanc e promovido pela Secretaria Estadual de Cultura, a premiação contemplou, em
dinheiro, pessoas físicas. O objetivo foi reconhecer e valorizar os aspectos culturais das regiões do
Estado.
