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ESTRELA

Projeto de drenagem é contemplado com R$ 17 milhões em novo PAC

Iniciativa prevê mitigação nos impactos de cheias e altos volumes de chuva com construção de Parque Linear Multifuncional e jardins de chuva. Proposta deve ser executada em período de três anos

Atualmente, área no bairro Moinhos segue destruída. Parque Linear deve ser construído às margens do Rio Taquari. (Crédito da imagem: Karine Pinheiro)

Estrela

Amenizar o efeito das chuvas fortes, promover a drenagem sustentável e minimizar os impactos causados pelas cheias. Essa é a proposta apresentada pelo Departamento de Meio Ambiente de Estrela por meio da iniciativa “Verde Urbano”. O projeto foi contemplado em nova rodada do Programa de Aceleração de Cidades (PAC). Com isso, o município recebe aporte de R$ 17 milhões para executar o plano.

A ideia é ampliar o funcionamento da drenagem voltada à área urbana, com implementação de soluções baseadas na natureza, bem como a construção de um Parque Linear Multifuncional com bacia de retenção. Entre as medidas previstas estão a instalação de biovaletas e a implementação de jardins de chuva na área central da cidade. Além disso, as iniciativas também devem promover equilíbrio na sensação térmica.

A proposta é dividida em três áreas da cidade. Na parte central, as intervenções estão associadas ao plano de mobilidade do município. Com a construção de jardins de chuva de canteiros pluviais, a medida busca reduzir o volume de água escoada para partes mais baixas do centro. Desta forma, é possível evitar alagamentos nas vias.

Arquiteto e urbanista do departamento de Meio Ambiente, Mauro Ayres explica que a estrutura atual da área central impede que a água da chuva seja absorvida. “Com a instalação dos jardins de chuva nas proximidades do Calçadão, o excesso do líquido fica impedido de escorrer para localidades mais baixas”, comenta.

Para a área do Parque Princesa do Vale, a instalação de biovaleta e ilhas flutuantes também devem auxiliar no processo de absorver o excesso de água e filtrar o líquido. As ilhas, conhecidas como wetlands, serão colocadas no lago com o propósito de promover melhorias na qualidade da água, visto que há lançamento de efluentes com tratamento inadequado.

Projeto adaptado

A diretora do departamento de Meio Ambiente, Tanara Schmidt, diz que o projeto foi idealizado ainda em 2022, no entanto, passou por adaptações para incluir soluções aos impactos causados pelas cheias. A construção de um Parque Linear Multifuncional, na extensão da rua dos Marinheiros, deve auxiliar na retenção de água em períodos de enchentes, afirma a gestora.

“É mais que um projeto de melhorias em drenagem, porque envolve toda essa infraestrutura que visa garantir segurança à população e minimizar a destruição. A rua dos Marinheiros hoje é uma área de alto risco para ocupação. Mas com o parque podemos implantar iniciativas para reter e drenar o acúmulo de água”, ressalta Tanara.

O espaço para construção do Parque Linear Multifuncional é de 85 hectares. Além de recuperação da mata ciliar na extensão do bairro Moinhos, o espaço deve contar com bacia de retenção e jardins filtrantes. Para uso da comunidade, o local contará com playground, áreas esportivas e de lazer.
“Esse é um conceito de cidade esponja. Com construções no bairro, a água não era absorvida. Tirando as estruturas não drenantes e deixando a natureza tomar conta, o cenário muda”, afirma Ayres. Com os avanços dos trâmites para construção de novas residências, o parque também impede que o bairro, local de alto risco, seja novamente ocupado.

Sobre a construção de uma nova estrutura às margens do Rio Taquari, o arquiteto ressalta que o parque é feito para ser inundado. “A área vai ficar embaixo d’água, foi pensado e estruturado para isso. Nos demais períodos, fica à disposição da população”, destaca. O projeto deve ser executado em um prazo de três anos.

Entre as melhorias previstas a partir da concretização da proposta estão a minimização dos efeitos das inundações, drenagem sustentável, melhora na qualidade da água e equilíbrio da temperatura na área urbana.

Jardins de chuva e biovaletas atuam na retenção de filtragem de água. Dispositivos serão instalados no Centro e Parque Princesa do Vale. (Crédito da imagem: divulgação)
Jardins de chuva e biovaletas atuam na retenção de filtragem de água. Dispositivos serão instalados no Centro e Parque Princesa do Vale. (Crédito da imagem: divulgação)
Jardins de chuva e biovaletas atuam na retenção de filtragem de água. Dispositivos serão instalados no Centro e Parque Princesa do Vale. (Crédito da imagem: divulgação)
O que são jardins de chuva?

Os jardins de chuva são feitos a partir de uma cova, com mais ou menos um metro de profundidade. Neste buraco são colocadas pedras de drenagem e uma tubulação no meio. A plantação é feita em cima deste solo. A aparência é de um jardim comum, mas, na prática, traz benefícios.
Apesar de parecerem canteiros comuns, possuem um sistema de bioengenharia que minimiza os impactos de enchentes e alagamentos devido ao solo mais permeável. O sistema também auxilia na regulação do calor.

Sobre o parque linear multifuncional

Parques lineares multifuncionais são espaços públicos projetados ao longo de rios, córregos e estradas e proporcionam atividades em um único espaço contínuo. Além de acesso às áreas verdes, recreação e mobilidade, esses parques incorporam princípios e elementos naturais em sua concepção e operação, com objetivo de resolver problemas ambientais e proporcionar benefícios para a comunidade de forma ecologicamente sustentável.

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