“Quero ser psicólogo”, “gostaria de trabalhar com música ou com esporte”, “quero fazer Direito”. Entre as diferentes expectativas de futuro existem competências e habilidades basilares.
Trabalhar esses conceitos ainda durante o Ensino Médio e garantir aos jovens aptidões para os primeiros passos no mundo do trabalho. Esse é o objetivo da formação do projeto RUMO – O Futuro da Mão de Obra na Região.
A aula inaugural ocorreu na tarde de ontem. São 15 estudantes de escolas da rede estadual de Lajeado e Estrela. O coordenador da formação, o professor e comunicador do Grupo A Hora, Fabiano Conte, ressalta que o propósito é repassar conhecimentos básicos sobre mercado de trabalho, comunicação, postura, comportamento e inteligência emocional. “As aulas terão temáticas voltadas às habilidades esperadas pelo mercado de trabalho.”
Também entram temas específicos, como técnicas de escrita, liderança, trabalho em equipe, uso de equipamentos digitais. “Procuramos unir diferentes eixos para que os jovens tenham condições de chegar ao trabalho para desempenharem as atividades com competência.”
Além disso, estão programadas visitas a empresas, para análises das rotinas de trabalho. As aulas são semanais, todas às quartas-feiras à tarde na Univates. O transporte e alimentação são oferecidos pelo projeto RUMO. Ao todo, serão 16 encontros, com a certificação prevista para dezembro.
O RUMO – O Futuro da Mão de Obra – é um projeto realizado pelo Grupo A Hora e conta com o patrocínio de Cascalheira Stone Garden, Colégio Evangélico Alberto Torres, Construtora Diamond, Sicredi, Univates, Rhodoss Implementos Rodoviários, Metalúrgica Hassmann, Dale Carnegie, Tomasi Logística e Construtora Giovanella.
“Acostumar” com a vida adulta
Estudante do 1º ano do Ensino Médio da Escola Vidal de Negreiros (Estrela), Isabela Cristina de Oliveira Stümer, 15, almeja desenvolver aptidões e sair do projeto RUMO com a primeira oportunidade profissional. “Eu quero trabalhar logo cedo para conseguir ingressar em um trabalho para já me acostumar com a vida adulta.”
Pela programação dos encontros, as temáticas das aulas são diferentes dos conteúdos da escola regular. “Vamos aprender sobre comunicação, comportamento e outros assuntos. Dentre eles, penso que o trabalho em equipe será muito importante. Não sei ao certo tudo o que vamos ver, mas aposto que vai agregar no meu currículo e também em alguma melhoria pessoal.”
Evoluir como pessoa
“Fui pega de surpresa com essa oportunidade, mas espero que eu aprenda bastante sobre o mundo de trabalho e que eu consiga evoluir como pessoa”, afirma a estudante do Colégio Castelo Branco (Lajeado), Bianca Schuster, 16.
Entre as características pessoais, acredita que precisa desenvolver a liderança. “Tenho bastante o perfil de tomar a frente. Às vezes isso me atrapalha, pois quero mandar em tudo”. Para o futuro, espera trabalhar com música ou com esporte.
Dar orgulho aos pais
Mesmo com a pouca idade, Natielly Alessandra de Oliveira de Matos, 16, pretende absorver o máximo do curso. “Quero aprender tantas coisas boas e que isso possa me promover no mercado de trabalho. E eu tô muito feliz em saber que estou no projeto.”
Essa vontade, também se reflete no que espera do futuro. “Quero fazer uma faculdade, cursar Direito ou Nutrição, e dar orgulho para os meus pais”. A adolescente integra o programa Jovem Aprendiz. Consegue conciliar três dias de trabalho e dois de cursos, com a programação regular na escola de Ensino Médio Estrela. “Estou há cinco meses na empresa e não atrapalhou nas minhas notas.”
Conhecimentos diferentes
Olhar atento, comportamento voltado à atender o perfil esperado pelo mercado e vontade de aprender. Na primeira aula, a postura de Jonas Lucas Carneiro Guerra, 16, chamou atenção. Natural do Ceará, estuda na Escola Santo Antônio (Lajeado) e percebe que trabalhar atitudes e desenvolver habilidades interpessoais complementam os aprendizados do ensino regular.
“Se eu souber como me portar em uma entrevista de emprego, o que falar, como apresentar um currículo, é possível chamar mais atenção e ter alguma vantagem para alguma vaga de emprego”, acredita. Sobre o futuro, pretende continuar os estudos. “Eu gostaria de fazer psicologia e depois até mesmo fazer Direito.”