O que te motivou a vir para o Aerc Juventus?
João Roberto Bandeira – Minha trajetória esportiva começou em Santa Maria, onde joguei futsal no time Dínamo e participei de testes em categorias de base do Internacional. Essa experiência me levou a escolher Educação Física na UFSM, enquanto servi no Exército por sete anos. Depois de me formar, mudei para o Vale do Taquari com minha esposa. Durante esse período, joguei em várias equipes e fui convidado para a Olimpíada Nacional do Sesi em São Paulo, onde conheci um projeto de escolinhas esportivas que rapidamente se expandiu. Em 2000, participei do movimento de unificação das escolinhas do município e, atualmente, gerencio o futebol da Juventus, atendendo mais de mil alunos em diversas modalidades.
Qual foi o maior desafio que você enfrentou no Aerc Juventus?
João – Foi fazer o projeto crescer como planejado. Para isso, precisávamos de profissionais de Educação Física, mas não havia mão de obra disponível. Assim, começamos a formar alunos com perfil para estagiar conosco, o que se tornou uma característica do nosso trabalho. Hoje, não apenas revelamos atletas para o campo, mas também para as funções em beiras de gramado e quadras.
Qual experiência mais te orgulha nesses 30 anos?
João – Sempre comento que nosso objetivo é usar o esporte como uma ferramenta de educação. Enquanto muitos valorizam a aprovação de um jogador em um clube, encontramos gratificação na formação de profissionais em diversas áreas. Recentemente, enfrentamos desafios como uma enchente e uma pandemia, mas conseguimos manter nossa equipe e pagamentos em dia, graças a ex-alunos que hoje patrocinam o projeto. Fico impressionado com a inteligência e a capacidade de decisão rápida dos nossos atletas. Um exemplo é o Romulo Vier, que poderia ter sido um grande jogador, mas optou pelo ramo empresarial. Lembro com carinho de outros como Edinho e o irmão Ivo, Cássio, Guilherme, que alcançaram grandes objetivos, muitos fora de campo, exemplificando nossa visão de uma educação mais global. Isso nos enche de orgulho.
Qual conselho você daria para os jovens que querem começar no esporte?
João – Meu conselho é que não tenham pressa. O tempo avança de forma inevitável, e é importante aproveitar cada fase da vida. E também é essencial que os pais não apressem o processo. Um filho não é um adulto em miniatura, cada pessoa cresce de forma gradual, tanto física quanto mentalmente. Mesmo com um desenvolvimento físico, a maturidade emocional necessária para lidar com a competição leva tempo. O foco deve estar no processo e no crescimento ao longo da jornada, não apenas nos resultados finais. Todo atleta, ao alcançar um alto nível, percebe que sua verdadeira competição é consigo mesmo. Se ele terminar a temporada melhor do que começou, isso é uma vitória.