O período de cadastro para recebimento de moradias por meio do programa Minha Casa, Minha Vida representa novas possibilidades às famílias que perderam residências em decorrência das cheias em Estrela. Até ontem, 23, mais de 600 pessoas foram inscritas no projeto “Meu Novo Lar”, iniciativa que busca registrar os núcleos familiares para futuramente destinar as casas que serão construídas por meio do governo federal.
O cadastramento é direcionado às famílias que tiveram residências destruídas ou danificadas pelos eventos climáticos, sejam relacionadas às inundações registradas no ano anterior ou em maio passado. A ação ocorre até o dia 30 de setembro, com atendimento das 8h às 17h, na área coberta do Parque Princesa do Vale.
Diante da busca pelas famílias atingidas, o coordenador do programa, Rafael Maia, destaca a possibilidade de ampliar o atendimento até as 20h. O objetivo é garantir que mais pessoas consigam buscar o benefício em horários alternados. Ele também ressalta que durante o fim de semana, mais de 500 pessoas foram cadastradas.
“O acolhimento está sendo feito em uma área preparada com cadeiras para que todos possam esperar sentados. Acreditamos que o cadastramento poderá ser concluído até mesmo antes do prazo estabelecido. Temos uma equipe capacitada para orientar em relação à documentação necessária, porque sabemos que documentos foram perdidos durante a cheia”, diz Maia.
De acordo com o decreto, além de documentos de identificação, é necessário comprovar a situação da moradia atingida e cadastrar todos os membros do núcleo familiar. A análise e a seleção dos beneficiados serão feitas por uma comissão técnica, conforme os critérios de vulnerabilidade social e urgência.
Cadastro renova esperança
Entre as 600 famílias inscritas no programa, Ivete Almeida, 76, planeja o recomeço com a possibilidade da nova residência. Ela compareceu ao local de cadastramento do programa habitacional na manhã de sábado, em posse dos documentos pessoais para garantir uma chance de reconstruir a vida.
Emocionada, Ivete relembra o drama vivido quando a força da água destruiu a residência. A casa da filha, nos fundos do terreno, também foi afetada durante a enchente. Desde então, ela vive por meio do aluguel social, mas sonha com o dia em que poderá segurar as chaves de sua nova casa.
“Perdi minhas casas, perdi minha história. Foi e continua sendo muito difícil, pois não sobrou nada. São mais de 50 anos levados pela enchente. É muito triste, mas com fé em Deus, tenho certeza que vou ganhar uma casa nova”, desabafa Ivete.
Casas permanentes
O cadastramento é referente às mais de mil unidades habitacionais autorizadas pelo governo federal, com valor unitário de R$ 200 mil. A empresa para a construção das 100 primeiras moradias já foi definida e os trabalhos devem iniciar assim que o município receber a autorização da Caixa Econômica Federal.
Em relação ao restante das residências, os editais ainda passam pela fase de elaboração. O certame para construção de mais 500 casas deve publicado na semana seguinte. No ato da inscrição, as famílias têm acesso aos projetos arquitetônicos das primeiras moradias, que prevê prédios de até quatro andares. Serão 612 unidades no bairro Nova Morada e o restante em outros espaços fora de área de risco.
Governador em Estrela
Até que as residências permanentes fiquem prontas, mais de 80 famílias se programam para sair dos abrigos e residir em moradias temporárias, cedidas pelo governo estadual. A entrega das chaves está prevista para ocorrer na sexta-feira, às 10h, na presença do governador Eduardo Leite. Com o ato, abrigos municipais serão fechados.
As estruturas modulares começaram a ser montadas em agosto, 27 delas em terrenos no bairro Imigrantes, nas proximidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), e outras 59 na localidade de Nova Morada. As unidades ficam cedidas pelo período de 12 meses, conforme termo entre o Estado e o município.
Documentos necessários
Programa “Meu Novo Lar”
- Documento de identificação
- Cadastro de todos os membros do grupo familiar
- Comprovante de residência do imóvel atingido
- Certidão de casamento ou união estável
- Declaração de renda (preenchido no local da inscrição)
- Declaração de concordância às normas do programa habitacional