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AGRONEGÓCIO

Vale do Taquari reivindica laboratório de análise de solos

Liderado pela Fundação Agrícola Teutônia e parceiros, projeto estima investimento de R$ 923 mil e busca recursos. Iniciativa vai ao encontro dos movimentos de recuperação das áreas rurais atingidas pelas cheias

Foto: Assessoria de Imprensa/Divulgação

A Fundação Agrícola Teutônia (FAT), entidade mantenedora do Colégio Teutônia, está à frente de projeto que viabilize a instalação de Laboratório de Análise de Solos do Vale do Taquari junto ao educandário. Comissão representativa apresenta o projeto aos governos estadual e federal em busca de apoio e recursos que viabilizem sua concretização, cujo investimento estimado é de R$ 923 mil.

“O Vale do Taquari e o estado foram severamente atingidos pelas cheias. Além das áreas urbanas, empresas e rodovias, o campo também foi muito afetado. O Laboratório de Análise de Solos busca contribuir com as áreas impactadas pelas enchentes, recuperando suas propriedades produtivas e melhorando a produtividade das diferentes culturas que nos caracterizam como o ‘Vale dos Alimentos’”, destaca o diretor do Colégio Teutônia, Mauro Alberto Nüske.

O presidente da Diretoria Executiva da FAT, Samuel Maders, valorizou o histórico da entidade no trabalho de formação, qualificação e serviços relacionados ao agronegócio, justificando o envolvimento da entidade no novo projeto. “Desde 1952 a Fundação Agrícola Teutônia desenvolve ações que fazem a diferença na vida de muitas pessoas, mantendo parcerias sólidas que contribuem para esse trabalho sério e diferenciado. O laboratório é algo que vem sendo sonhado e planejado há muitos anos, e o momento atual reforça a urgência pela sua implantação, diante de um Vale que teve suas atividades no campo duramente prejudicadas, com perdas ainda incalculáveis. Precisamos da união de esforços e do apoio do Estado e da União para que esse projeto se viabilize, dando a sua importante contribuição nesse processo de reconstrução econômica, social e ambiental do Vale do Taquari”, defendeu.

Serviços

O biólogo, professor e secretário de Administração de Bom Retiro do Sul, Carlos Dullius, detalhou a proposta de prestação de serviços e atuação do Laboratório de Análise de Solos, que deverá atender principalmente a região do Vale do Taquari, caracterizada por pequenas propriedades rurais familiares e indústrias de alimento que beneficiam e agregam valor à produção primária, além de ser reconhecida pela atuação do sistema cooperativo. “As características regionais reafirmam a necessidade de sermos cada vez mais eficientes na pequena propriedade, realidade que foi modificada pela ocorrência das últimas enchentes, resultando em solos completamente degradados. Um dos propósitos do laboratório é auxiliar nesse sentido, agilizando as análises de solo, reduzindo tempo e custos logísticos, principalmente neste momento em que a demanda será bastante elevada”, explicou Dullius.

Além da prestação de serviços, a proposta também tem caráter que integra ações de pesquisa e extensão, com projetos que atenderão interesses públicos. No rol de análises físicas, o laboratório realizará análises de umidade do solo (volumétrica e gravimétrica), distribuição do tamanho e estabilidade dos agregados, análise granulométrica, de densidade de partículas e do solo, porosidade, condutividade hidráulica e resistência mecânica do solo à penetração das raízes, bem como análise dos dejetos orgânicos de animais (líquidos e sólidos), análise foliar, análise físico-química e análises específicas para o cultivo de orgânicos considerando a perspectiva regional. “De forma geral, o intuito é atender demandas que promovam a melhoria da ocupação do solo, aumentando a produtividade e eficiência com um viés sustentável”, resumiu o biólogo.

Infraestrutura

O laboratório deverá contar com infraestrutura junto às instalações do Colégio Teutônia ou, inclusive, na granja, em espaço específico, com equipamentos de alta tecnologia e corpo técnico profissional qualificado. A mobilização nesta etapa do projeto está na busca de apoio e aporte de recursos financeiros a serem investidos na estrutura, em equipamentos, reagentes e vidrarias. A Fundação Agrícola Teutônia assume custos com pessoal e manutenção da estrutura física, cuja equipe deverá contar com cinco profissionais. “Projetamos um laboratório de primeiríssima linha, fazendo parte de rede que controla a qualidade de serviços prestados. Isso requer materiais e equipamentos caros, de alta tecnologia, que garantem a precisão dos serviços”, pontuou Dullius.

Pesquisa de mercado realizada com dados do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Corede) calcula 37 mil clientes em geral na região, com estimativa mensal de até 800 amostras de solo.

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