A Cooperativa Languiru segue o processo de reestruturação. Nessa terça-feira, 24, ocorreu assembleia com os associados para aprovação de contas e mudanças no estatuto.
O presidente liquidante da Cooperativa Languiru, Paulo Birck, apresentou uma avaliação detalhada das contas do primeiro semestre de 2024, com destaque para avanços significativos, apesar dos desafios que a cooperativa enfrenta. Desde a adoção de medidas drásticas no início do processo de liquidação, a Languiru conseguiu estabilizar as finanças e apresentar números positivos.
Segundo Birck, as decisões mais difíceis foram tomadas em 2023, como a saída do setor de suinocultura e a venda dos supermercados. Essas mudanças foram essenciais para começar a reverter o quadro financeiro. “Avaliamos de forma positiva o semestre, mesmo com um resultado ainda modesto de R$ 2,5 milhões, demonstra a estabilidade da cooperativa”, afirma. Ele ressalta que a dívida com agentes financeiros, que chegou a R$ 750 milhões, já foi reduzida em R$ 57 milhões, atingindo o patamar de R$ 693 milhões.
Birck enfatiza que a redução total da dívida não será rápida e exigirá negociações constantes com credores, especialmente os bancos. “Precisamos rediscutir taxas de juros e encontrar alternativas, mas o trabalho já está trazendo resultados”, destaca o presidente.
Mudanças estatutárias fortalecem governança
Outro ponto importante abordado por Birck foi a aprovação das mudanças estatutárias durante a última assembleia. A principal alteração foi a restrição do mandato presidencial por oito anos, incluindo uma reeleição. “Sempre defendi o fim do cargo vitalício. É essencial abrir espaço para novas lideranças”, afirma.
Além disso, ajustes foram feitos para direitos e deveres dos associados. Uma das novas regras determina que a entrega da produção à cooperativa é obrigatória para manter a condição de associado. Aqueles que descumprirem as regras serão eliminados do quadro social, e aqueles que prejudicarem a cooperativa serão excluídos permanentemente.
As mudanças foram aprovadas por unanimidade, consolidando uma gestão mais clara e transparente.
Próximos passos e desafios
Para o segundo semestre de 2024, Birck destaca que a venda do frigorífico de suínos em Poço das Antas é uma das prioridades. O processo de rescisões trabalhistas, que já pagou mais de R$ 30 milhões, também será concluído até o final do ano.
Birck se mostra otimista e acredita que 2025 será um ano de menos pressão financeira e mais foco nos negócios rentáveis da cooperativa. “Estamos superando desafios com muita responsabilidade e apoio dos associados. A transparência será o pilar para a recuperação total do Languiru”, conclui.
O presidente liquidante destaca que com essas ações, a Cooperativa Languiru segue em a trajetória de recuperação, mirando a estabilidade financeira e a retomada da confiança dos associados.
ABRE ASPAS
“Sempre defendi o fim do cargo vitalício. É essencial abrir espaço para novas lideranças. Precisamos rediscutir taxas de juros e encontrar alternativas, mas o trabalho já está trazendo resultados” – Paulo Birck, presidente liquidante da Cooperativa Languiru.
