Graduado em Fisioterapia pela Universidade de Vale do Taquari, Gustavo Bento Steffens, 24, escolheu investigar a capacidade funcional cardiorrespiratória de dançarinos de dança folclórica alemã para unir sua paixão pela cultura ao seu futuro acadêmico. Desde cedo, Gustavo se interessou pela dança, especialmente ao se integrar aos Grupos Folclóricos de Estrela, onde a convivência se transformou em uma pesquisa para seu trabalho de conclusão de curso.
Natural de Estrela e atualmente residente em Santa Maria para se especializar na área, sempre teve uma forte ligação com a cultura alemã. “A minha relação começou com os grupos, eu sempre gostei de dançar, mas foi ali que realmente me encontrei. A escolha do tema surgiu naturalmente, já que a dança representava uma parte essencial na minha vida”, afirma Gustavo.
“Apresentei meu trabalho em julho do ano passado, e como quero seguir na área acadêmica, transformei em um artigo para uma revista científica”, conta Steffens. O trabalho foi submetido à “Destaques Acadêmicos”, da Univates, onde passou por um rigoroso processo de editoração e avaliação. O resultado foi publicado recentemente, destacando a importância da pesquisa na relação entre dança e saúde.
O processo de coleta de dados foi intenso, realizado durante os ensaios do grupo, que ocorrem todos os sábados. “Eu agendava as avaliações para o mesmo dia dos ensaios. Isso facilitou a participação dos dançarinos”, explica o fisioterapeuta. A pesquisa envolveu a aplicação de testes de capacidade cardiorrespiratória, como a força muscular respiratória e a tolerância ao exercício, utilizando um manovacuômetro analógico e um teste de subida e descida de degraus.
Tássia Mörschbächer, amiga e colega dançarina, acompanhou de perto o processo. “Foi interessante ver como a fisioterapia pode funcionar nesse contexto, que não é tão óbvio, confesso que foi um desafio participar, mas sabíamos que era algo importante, tanto para nós quanto para a pesquisa do Gustavo”, afirma Tássia.
O que mais chamou atenção de Gustavo durante o processo, foi a falta de estudos na literatura que correlacionassem a fisioterapia à dança alemã. “Foi revelador perceber que muitos não consideram essa relação. Consegui demonstrar que a dança pode ser benéfica para a saúde cardiorrespiratória”, destaca.