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VALE DO TAQUARI

Governo federal planeja reativar ferrovias atingidas por calamidade

Grupo de trabalho com a participação da União e Estado vai mapear os impactos e definir ações à reativação

Retomada de passeios turísticos no Vale do Taquari depende da manutenção dos trechos destruídos pelos fenômenos climáticos. (Crédito das imagens: arquivo)

O Vale do Taquari enfrenta um momento crítico no sistema ferroviário, especialmente após a destruição de trechos importantes que atendiam tanto ao transporte de cargas quanto ao turismo, que atraía mais de 15 mil visitantes por temporada. O contrato com a Rumo Logística, responsável pela malha sul, permanece indefinido quanto à recuperação das ferrovias danificadas.

“Esse é um assunto prioritário em nossa secretaria. Estamos trabalhando semanalmente em encaminhamentos importantes”, afirma o secretário nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, Leonardo Ribeiro. Ele menciona que o contrato atual da malha sul, que data da década de 90, precisa ser renovado até 2027, ao mesmo tempo em que lida com interrupções causadas pela calamidade.

A malha sul conecta Uruguaiana a Porto Alegre e abrange corredores vitais, como o que vai de Cruz Alta a Bagé e Rio Grande. Os trechos mais afetados, como de Roca Sales a Passo Fundo e a Lages, geram preocupações sobre a interconexão entre estados, especialmente com Santa Catarina e Paraná.

“Estamos criando um grupo de trabalho com a participação dos governos federal e estadual para mapear os impactos e definir ações necessárias”, explica. Já foram coletadas informações da Rumo, DNIT e ANTT sobre os efeitos da calamidade na infraestrutura ferroviária.

Seguro e estudos

Conforme Ribeiro, o contrato com a Rumo inclui dispositivos de seguro que foram acionados devido aos danos. Esse seguro cobrirá as obras de arte, como pontes e túneis, afetadas pela tragédia, com um prazo de avaliação de 12 meses. O governo acompanha de perto esse processo.
Adicionalmente, um estudo foi contratado para avaliar a demanda e decidir se será necessária uma renovação do contrato ou uma nova licitação. Ribeiro ressalta a importância de parcerias público-privadas, onde o setor público aporta recursos e o privado realiza investimentos.

O grupo de trabalho, que deve começar atividades em novembro, terá um prazo inicial de três meses, com possibilidade de prorrogação. Durante esse período, será elaborado um diagnóstico que definirá o futuro da ferrovia, considerando as opções de renovação, licitação ou aporte público para restauração.

“É fundamental estabelecer uma concertação que envolva todos os interessados para tomar decisões que beneficiem a região”, destaca Ribeiro. Os custos para a recuperação podem chegar a R$ 20 bilhões, considerando a extensão da malha e o valor das indenizações.

O futuro da malha sul

A revitalização da malha sul é vista como essencial para a infraestrutura de transporte do Brasil, especialmente considerando seu papel no escoamento de cargas para o porto de Paranaguá. O secretário enfatiza a necessidade de um planejamento eficaz que garanta a continuidade do serviço e atenda às demandas de todos os estados envolvidos.

“O próximo ano será decisivo para a definição das diretrizes e ações necessárias para reverter os danos e reativar o potencial das ferrovias na região.”

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