A Cooperativa Languiru recebeu o relatório final da auditoria independente produzido pela Dickel e Maffi Auditoria e Consultoria. O documento detalha dados apurados nos últimos cinco anos com nomes de associados e gestores envolvidos em possíveis irregularidades. A documentação deve ser entregue ao Ministério Público nesta sexta-feira, 8.
O presidente liquidante, Paulo Birck, aponta que o relatório de 73 páginas será tratado com cautela. Ele ressalta a responsabilidade de analisar de forma detalhada as informações antes de qualquer divulgação. “Seria imprudente mostrar esse relatório sem fazer nossa própria investigação”, explica.
Birck enfatiza a importância de conduzir uma análise justa para evitar acusações equivocadas. Aponta que, antes de qualquer ação, será necessário examinar documentos antigos, reunir ex-gerentes, contadores e até mesmo empresas que certificaram informações financeiras da Languiru. “Precisamos entender em profundidade o que aconteceu, quais falhas ocorreram, para corrigirmos e responsabilizarmos os envolvidos, se necessário”, afirma.
Transparência
Para garantir transparência e rigor jurídico, Birck informa que uma cópia do relatório será encaminhada ao Ministério Público. Ele enfatiza que o objetivo de dar encaminhamento ao processo é para esclarecer as causas da crise. “Não iremos fazer uma caça às bruxas”, explica.
O presidente ressalta que na próxima semana será apresentado como os associados terão acessos as informações contidas no relatório. Segundo ele, será necessário estabelecer um sistema para consultas individuais, de modo a evitar o vazamento irresponsável de nomes e informações sensíveis. “Sabemos que muitos associados querem saber se seus nomes estão indicados, mas é inviável disponibilizar o relatório a todos sem uma estrutura”, explica.
Próximos passos
A Languiru se compromete a levar os resultados dessas investigações à assembleia de associados, conforme o regimento interno da cooperativa. Isso vai permitir que os membros tenham clareza sobre as medidas adotadas e os ajustes necessários. “Nosso intuito é garantir uma comunicação responsável e, se comprovada alguma irregularidade ou má-fé, esses nomes serão apresentados de forma criteriosa, com as
justificativas e provas que embasem a necessidade de responsabilização.”
Birck aponta que a Cooperativa não busca ressarcir os prejuízos a qualquer custo, mas sim uma reestruturação que permita à Languiru retomar a sustentabilidade com segurança.