Como começou tua trajetória na Emater e o que te levou ao meio rural?
Tania Schmitt de Queiroz Stein – Minha história com a Emater começou como uma mudança de vida. Trabalhava no magistério público estadual e sentia necessidade de algo novo. Quando surgiu a oportunidade de ingressar na Emater, percebi que era mais do que um trabalho, era um chamado. Nunca fui exatamente do meio rural, mas descobri, ao longo do caminho, uma afinidade profunda com as pessoas e suas histórias. O contato direto com agricultores e comunidades revelou uma conexão que me encanta até hoje. Existe uma simplicidade rica na vida rural, uma troca genuína de saberes e valores que me ganhou.
O que significa ser extensionista e como isso moldou tua visão ao longo dos anos?
Tania – Ser extensionista é muito mais do que uma profissão. É levar conhecimento, aprendizado e soluções práticas às famílias do campo, mas, acima de tudo, é aprender com elas. Não atuamos apenas com técnicas, lidamos com histórias, sonhos e realidades. Minha visão sobre o meio rural mudou muito com o tempo. No início, enxergava apenas os desafios, hoje, vejo força, resiliência e um potencial imenso. Cada experiência me transformou, especialmente as que mostram como pequenos gestos podem fazer grandes diferenças. Por exemplo, ao trabalhar com mulheres, muitas vezes fui para ensinar, mas saí levando lições que carregarei para sempre.
O que te mantém motivada após tantos anos?
Tania – A rotina nunca é igual. Cada dia traz novos desafios, lugares e pessoas. Isso mantém o trabalho vivo, dinâmico, sempre cheio de novidades. É um privilégio poder atuar em algo tão diverso, que vai desde segurança alimentar até projetos e políticas públicas que envolvem saúde e sustentabilidade. Mas o que mais me inspira são as pessoas. Cada encontro, cada história, cada sorriso de gratidão. Saber que faço parte de algo que melhora vidas me dá força para continuar.
Quais valores te guiam e como eles evoluíram com o tempo?
Tania – Meus valores sempre estiveram ancorados no respeito, na ética e no compromisso com o outro. Mas, ao longo dos anos, eles se fortaleceram e ganharam novas dimensões. O trabalho com extensão rural me ensinou sobre humildade, escuta e empatia. Hoje, levo comigo a certeza de que, enquanto ajudo a transformar vidas, também sou transformada.
O que mais aprendeu com a extensão rural?
Tania – A extensão me deu muito mais do que conhecimento técnico. Trouxe uma bagagem humana que é impossível descrever em palavras. Aprendi que cada pessoa tem algo único para ensinar. Grupos, especialmente de mulheres, me mostram diariamente o poder da união, da superação e da troca de saberes. Vou para ensinar, mas sempre volto mais rica de aprendizados.
O Cafezinho com NG é publicado toda semana no Jornal Nova Geração. Neste espaço, empresários, políticos, lideranças e representantes de comunidades da área de cobertura do semanário destacam experiências e ações nos seus respectivos setores e em benefício de suas cidades.