Jornal Nova Geração

Vandalismo deixa 20 mil moradores sem água

(Fotos: Carlos Eduardo Schneider)

Desde a última semana, cerca de cinco mil residências enfrentam oscilações no abastecimento de água em Estrela. O principal motivo é o roubo e vandalismo em poços de captação. O problema é mais sério, conforme a Corsan, nos bairros situados nas regiões mais altas, onde a falta do recurso se acentua, principalmente, no verão.

O primeiro incidente iniciou há três semanas, no poço de captação do Bairro das Indústrias, tendo sido furtados cabos de cobre. Depois disso, no dia 11, foram levados e vandalizados os poços da Rua dos Marinheiros, no Bairro Moinhos e do Loteamento Marmitt, na Rua São Roque. Ainda com a manutenção destes poços de captação no sábado, dia 14, o terminal de captação do Bairro das Indústrias foi novamente alvo de vândalos.

“Esperávamos que todo o sistema estivesse em pleno funcionamento no último sábado. Mas acordamos com a surpresa da depredação do poço das Indústrias”, explica o gerente da Corsan de Estrela, Alexandre Scheid. Os bairros que mais sofrem, com longos períodos, segundo Scheid, são Alto da Bronze, Cristo Rei e Auxiliadora. Agora, a companhia espera resolver os danos até o final desta semana. A Corsan também tem planos para normalizar o abastecimento nos locais de maior altitude.

Gerente da Corsan, Alexandre Scheid

Problema há pelo menos três anos

Os moradores da Rua Salgado Filho, no Bairro Alto da Bronze, reclamam que a falta d’água é crônica, principalmente no verão. Na estação mais quente, quase todos os finais de tarde são a seco, segundo eles. Maria Claudete Werle, de 72 anos, é ‘salva’ pela cisterna que possui. O armazenamento possibilita que a família lave louça e mantenha a casa limpa “Mas quando a cisterna também seca ficamos totalmente desamparados.”

Adriana Maria Wendt, de 44 anos, conta que o marido trabalha em função “pesada” e necessita de banho quando chega em casa. “Mas nem sempre consegue, afinal há pelo menos três anos enfrentamos este problema por aqui”, conta. Já Marcelo Tavares, de 41 anos, diz não sentir tanto o problema. “Tenho caixa d’água em casa, então raramente fico totalmente sem o recurso.”

Chuveiro queima

O casal Solange Schwingel, de 53 anos, e João Luiz Martins, de 52, não possuem armazenamento em casa e, principalmente no segundo piso, facilmente o chuveiro queima, pois não tem vazão suficiente. “Eu tenho uma lavanderia aqui mesmo no Alto da Bronze e trabalho exclusivamente com água. Mas lá nunca falta”, revela Solange. O estabelecimento fica situado em local mais baixo.

Pressurização

Sobre a falta d’água nos bairros mais altos, Scheid justifica que a pandemia atrapalhou a proatividade das equipes. “Tivemos funcionários afastados por estarem no grupo de risco, além de revezamento de equipes. Desta forma, conseguimos realizar apenas os serviços de rotina. Com a normalização do trabalho, providenciaremos uma pressurização da água, para que ela possa chegar aos locais mais elevados”, adianta.

Vereadores cobram providências

Na sessão de segunda-feira, dia 16, os vereadores voltaram a criticar os serviços prestados pela Corsan. Márcio Mallmann (PP) enfatizou a importância do bem e a necessidade de haver soluções. “A água não é um item dispensável, supérfluo. É algo essencial para a sobrevivência do ser humano. Já sabemos que há problemas, então temos que ir atrás de soluções, para que não haja mais falta de água por tanto tempo, como acontece em vários pontos do município.”

O vereador Felipe Schossler (PTB) falou sobre os furtos e vandalismos, mas lembrou que a falta de água ocorre há mais tempo, nos bairros altos. “Temos, sim, os problemas pontuais, dos furtos e vandalismo nos bairros Moinhos e Indústrias, e isso é preocupante. Mas não é de hoje que recebo reclamações a respeito da falta de abastecimento no Bairro Alto da Bronze, por exemplo.”

(Foto: Divulgação)
Compartilhar conteúdo

PUBLICIDADE

Sugestão de pauta

Tem alguma informação que pode virar notícia no Jornal Nova Geração? Envie pra gente.

Leia mais: