O tiro ao alvo em carabina é uma prática que permanece viva na comunidade de Linha Clara, em Teutônia, há mais de 114 anos. Originária dos imigrantes alemães que se estabeleceram na região, a competição, conhecida como “Tiro Rei”, continua a atrair novos participantes e a manter a tradição de união e lazer que marcou os primeiros anos da colonização.
A carabina, arma de pressão utilizada na disputa, é o principal instrumento da competição. Durante o evento, os participantes, divididos em categorias masculinas e femininas, têm três tentativas para acertar o centro de um alvo posicionado a 50 metros de distância. O vencedor, ou a vencedora, é coroado rei ou rainha do Tiro Rei, enquanto o segundo e o terceiro lugares recebem os títulos de primeiro cavalheiro e princesa, respectivamente.
Além da disputa, a programação conta com apresentações culturais e um almoço que reúne os associados, reforçando a união entre os moradores. Tradicionalmente, a competição ocorre no primeiro domingo de outubro, junto da festa anual dos associados.
Festa do Rei e Rainha
A festa do Rei e Rainha é o ponto alto da competição, marcada pelo tradicional baile. A comemoração começa com a diretoria indo até a casa do rei e da rainha, onde são recepcionados com comidas e bebidas. Depois, o rei e a rainha, acompanhados por uma banda e foguetórios, são levados com alegria até o baile, onde ocorre a coroação.
Esse momento simboliza a continuidade de uma prática que remonta à chegada dos primeiros imigrantes germânicos e é de grande importância para os moradores da região.
Orgulho e liderança
Werner Wiebusch, presidente da Sociedade Cultural e Recreativa de Linha Clara, é uma das figuras centrais na manutenção dessa tradição. Natural de Linha Clara e atualmente morador do bairro Teutônia, ele faz parte da associação desde os 18 anos, idade mínima para ingressar. Com 64 anos, Werner se orgulha de integrar a liderança da sociedade e destaca a importância de envolver novas gerações para que a prática do Tiro ao Alvo se perpetue.
“Pra nós é um orgulho, e a cada ano, tentamos inserir pessoas novas para que a tradição não se perca. Na época dos primeiros imigrantes alemães, era um esporte e queremos que continue existindo”, afirma.
Presidente no primeiro mandato, Werner enfatiza que a gestão da associação requer esforço coletivo. A cada dois anos, ocorre a eleição da nova diretoria, um processo que se torna cada vez mais desafiador. “Não é fácil, mas estamos sempre tentando dar espaço para novas lideranças”, diz, destacando o empenho contínuo para manter a tradição viva e relevante para a comunidade.
A atual administração da sociedade é formada por 18 membros, com destaque para Silvério Schwingel e Sérgio Landmeier, responsáveis pelo departamento de tiro, André Greff, tesoureiro, e Ariberto Magedanz, diretor cultural. Além desses, outros secretários e colaboradores desempenham papel fundamental na organização de atividades culturais e na promoção da integração entre os moradores.