Jornal Nova Geração

FAZENDA VILANOVA

Governo busca recursos para criar um Ambulatório de Saúde Mental

Com o objetivo de ampliar atendimento nesta área, município precisa contratar novo servidor para garantir a implantação do novo ambulatório

O setembro amarelo, mês de prevenção ao suicídio, já terminou, mas o assunto ainda deve ser discutido por muito tempo em Fazenda Vilanova. Como forma de multiplicar os fatores de proteção por meio dos profissionais da saúde, assistência social, educação e conselho tutelar, o município promoveu capacitações durante toda sexta-feira, 24, no auditório da prefeitura. Com o pós-pandemia esses momentos devem continuar.

Conforme a psicóloga Letícia Henz, que ministrou o curso, é preciso estar atento aos sinais, pois toda vez que um paciente tenta um suicídio, antes ele dá indícios. “Queremos capacitar a rede de serviços para auxiliar nessa promoção da vida e prevenção. A partir do momento que os profissionais estiverem mais capacitados para acolher os usuários e estudantes, eles vão direcionar melhor os casos”, afirma.

De acordo com a secretária de Saúde, Vanderlea Machado da Silva, nem sempre virá um caso direto para a saúde e sim para outro serviço da rede. Por isso, ela precisa estar capacitada para saber o que fazer, quem procurar e como acolher. “Outros momentos devem ocorrer já que questões psicológicas se agravaram na pandemia. Se antes tínhamos problemas, em um pós-pandemia a tendência de casos será maior. Precisamos estar preparados”, ressalta.

Comportamentos

Segundo a psicóloga, os casos se concentram entre adolescentes e adultos de 15 a 29 anos. Para prevenir é necessário analisar o comportamento e, se preciso, encaminhar para um profissional. Os sinais mais comuns são quando o indivíduo muda de uma hora para outra de comportamento, começa a ficar isolado, tem alteração no sono e na fome, diz que escuta vozes e quer doar algo importante. “Ele fala que tem vontade de sumir e desaparecer, que é um peso na vida de alguém. Geralmente o paciente tem algum transtorno associado, dependência de álcool, e doenças terminais e crônicas”, explica.

Mostrar a própria força
A assistente administrativa da Secretaria de Saúde Maria Eduarda Alves, conta que não presenciou a parte pior de um suicídio, mas chegou perto ao ter preocupação, medo, não saber lidar e aconselhar, ou que dizer e observar. A capacitação deu um entendimento melhor sobre isso. “Se não conseguimos ajudar do ponto de vista profissional, agora sabemos quem indicar para procurar”, pontua.

Para Maria é importante ver a situação com outros olhares. “Nós que somos mais jovens e temos essa capacidade de pensar fora da caixa, devemos avaliar por que a pessoa está agindo daquela maneira. Desta forma, mostrar a ela a própria força e como procurar ajuda”, salienta.

Ambulatório de Saúde Mental

Vanderlea Machado da Silva, secretária de Saúde (Fotos: Larissa Santos)

Fazenda Vilanova planeja ter um Ambulatório de Saúde Mental. O programa, do Ministério da Saúde (MS), tem critérios que os municípios precisam seguir para conseguir fazer a adesão. Aliado a Atenção Básica, será disponibilizado uma equipe mínima para auxiliar na saúde mental, com psicóloga, psiquiatra e assistente social. “É uma equipe extra para atender aqueles encaminhamentos que a Atenção Básica não consegue resolver. Nada impede que a gente aumente o quadro de profissionais depois”, explica a secretária.

Conforme Vanderlea, o projeto já foi elaborado e aprovado pelo Conselho Municipal. Encaminhado e aprovado pelo MS, o município recebe um investimento de R$ 11 mil por mês. O resto do recurso necessário será repassado pelo governo municipal. “O valor não paga toda equipe, mas ajuda. É um projeto que podemos não ser contemplados, mas estamos tentando”, observa.

Um dos requisitos para aprovação é já ter os profissionais vinculados à rede. Segundo a secretária, uma psicóloga e psiquiatra fazem parte do quadro de servidores, faltando ainda uma assistente social. A ideia é contratar este profissional ainda neste ano para dar andamento a criação do ambulatório.

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