A fila de cerca de 100 pessoas à espera de cirurgia deve ser zerada nos próximos meses. A pandemia da covid-19 interrompeu os procedimentos eletivos e causou uma demanda reprimida, que desde novembro do ano passado é atendida. O agricultor Ito Sand, por exemplo, esperou mais de dois anos por uma cirurgia.
“Desde 2020, os hospitais foram desobrigados a cumprir as metas em relação às consultas especializadas e cirurgias, porque a urgência no período era a covid-19. Não havia condições de expormos os pacientes ao risco de contaminação”, explica a secretária da Saúde e Assistência Social, Angelita Herrmann.
Ainda no ano passado, a Saúde iniciou a identificação das demandas, e quais os hospitais fariam esse atendimento. As tratativas foram feitas via Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa).
“Nos meses de novembro e dezembro, houve a primeira fase do mutirão, no hospital Bruno Born, de Lajeado, com os não-melanomas (cânceres de pele não malignos). Aqui em Colinas, tínhamos 18 pessoas com essa necessidade, que realizaram os procedimentos”, relata a secretária. A segunda fase ocorreu no hospital Ouro Branco, em Teutônia, onde 10 pacientes fizeram cirurgia de hérnia.
A terceira fase está em andamento. 47 pacientes foram encaminhados para o hospital de Garibaldi. “Até o final de março, todos eles farão as consultas especializadas e nos próximos três meses, os procedimentos serão realizados.” As especialidades são cirurgia geral, vascular, ortopedia, buco-maxilo-facial e otorrinolaringologia.
“Com isso, queremos encerrar aquela demanda reprimida, afinal temos pacientes na fila novamente, mas que pelo menos não estão esperando há dois anos. Temos, inclusive, não-melanomas detectados em janeiro deste ano, que já foram operados semana passada”, conclui Angelita.
Espera de dois anos chegou ao fim
O agricultor Ito Sand, de 70 anos, esperava desde outubro de 2019 pela cirurgia de hérnia. Criador de suínos e de gado de leite, Sand esperou dois anos e dois meses, até que, em dezembro do ano passado, pode realizar o procedimento.
“Foram meses difíceis. As dores eram constantes, inclusive me impossibilitando para o trabalho”, conta. O agricultor teve um agravante: em outros dois procedimentos, a hérnia não tinha sido corrigida de forma adequada. “Dessa vez, fiz no hospital Ouro Branco e já posso trabalhar normalmente”, explica.