O ano começa com a sequência do tumulto que termina 2023. Correria pra fazer a silagem em meio ao clima úmido, milho enfezado (ataque de cigarrinha) e com ferrugem.
Muitos produtores continuam no plantio da soja de primeira safra, que na verdade acaba se transformando em uma “safrinha” forçada. Tudo isso por causa das adversidades do clima que não permitiu que os produtores conseguissem fechar o plantio na melhor janela climática, considerada entre nos dias 15 de novembro a 15 de dezembro. O plantio dentro deste período permite que a cultura da soja desenvolva a sua capacidade produtiva plena. Geralmente, o plantio feito fora deste período tem a produção reduzida.
Entramos em 2024 com um preço final da soja pago ao produtor 25% inferior a janeiro de 2023, com tendência de queda ainda maior até o ato da colheita. Em resumo, significa que teremos menos reais circulando no comércio local.
Quando o produtor perde faturamento, seja por estiagem ou queda na remuneração da produção, ele também perde capacidade de investimento na propriedade. Neste contexto, ele deixa de comprar, alguém deixa de vender e também de fabricar e contratar mais mão de obra, e assim por diante. Por tabela cai a arrecadação dos municípios que, já na sua grande maioria, administram com dificuldade os poucos recursos que têm.
O setor primário é a mola mestre que sustenta o crescimento da economia como um todo. É importante que os candidatos aos cargos públicos estejam cientes disso, afinal, em 2024 teremos eleições municipais e o tema de casa precisa ser feito com urgência.
Inclusive, considero louvável ver que os municípios menores, que se emanciparam a pouco tempo, têm dado uma atenção especial na conservação das estradas municipais que são tão importantes no escoamento da safra e movimentação de carga (ração, leite e outros). Não precisa placa de localização, a estrada te diz que você está em outro município. Fica a dica, é pelo estado das estradas que se vê a competência da gestão local.
Que tenhamos todos um ano promissor.
