Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Cafezinho com NG | Aline Ana Possamai

No Dia Internacional da Mulher, o Cafezinho com NG conversa com Aline Ana Possamai, 36, patroa do CTG Estrela do Rio Grande. Ela fala sobre sua trajetória no movimento tradicionalista, lugar que até pouco tempo era majoritariamente liderado por homens

Como você iniciou no tradicionalismo? A tradição já era cultivada pela tua família?
Aline Possamai – Comecei a participar do movimento quando ainda era criança, devia ter uns 9 anos. Dancei na invernada do CTG Raça Gaudéria durante mais ou menos um ano. Depois disso, fiquei afastada por 17 anos. Voltei às atividades, porém no CTG Estrela do Rio Grande. Desta vez, na parte campeira e não artística. Na minha família, meu padrinho, irmão da minha mãe, cultiva a tradição, foi por meio dele que comecei a participar mais ativamente. Atualmente, faz 6 anos que participo das atividades campeiras.

Em quais áreas já atuou dentro da entidade?
Aline Possamai – Ajudei por dois anos como voluntária sem ter cargo na patronagem. Depois disso, fiquei dois anos como tesoureira e os últimos dois anos como patroa do CTG. No final de março, entrego meu cargo de patroa, mas continuarei na nova patronagem. Vou assumir como vice.

Em algum momento você sofreu preconceito por ser mulher, por ser patroa?
Aline Possamai – Em relação a ser patroa, já escutei alguns comentários desnecessários, inclusive de associados do próprio CTG, mas sempre consegui lidar bem com isso e não me deixei abalar por essas falas. Sempre pensava que demonstraria a eles, durante a gestão da nossa patronagem, que estavam enganados. A confirmação de uma boa liderança vem por meio de fatos e não de conversas. E nos dois últimos anos, realizamos os dois maiores rodeios da entidade. E no ano de 2023, um dos maiores fandangos da CTG Estrela do Rio Grande, em comemoração aos 50 anos da entidade.

Como você vê a mulher nesse meio?
Aline Possamai – A mulher no meio tradicionalista está cada vez mais ativa e participativa. Quando comecei a participar, por exemplo, das competições havia em torno de 20 a 30 mulheres laçando. Hoje nos rodeios que participo tem mais 70 mulheres competindo. Já em relação a patroas, o número vem aumento a cada dia e acho bem importante a participação da mulher, pois ela tem uma forma diferente de enxergar as coisas.

O que você diria para as mulheres que desejam fazer parte desse movimento, principalmente na categoria campeira?
Aline Possamai – Eu diria que mesmo com algumas dificuldades pelo caminho, nunca desista, seja persistente, lugar de mulher é onde ela quiser. Somos capazes de fazer qualquer coisa.

O Cafezinho com NG é publicado toda semana no Jornal Nova Geração. Neste espaço, empresários, políticos, lideranças e representantes de comunidades destacam experiências e ações nos seus respectivos setores.

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