Jornal Nova Geração

OPINIÃO E BASTIDORES

A região contra as enchentes

A comitiva de representantes dos setores público, privado, comunitário e associativista voltou de Blumenau com uma certeza: estamos muito atrasados e o Vale do Taquari precisa de um robusto plano de ação regional para evitar novas tragédias

A comitiva de representantes dos setores público, privado, comunitário e associativista voltou de Blumenau com uma certeza: estamos muito atrasados e o Vale do Taquari precisa de um robusto plano de ação regional para evitar novas tragédias. Não podemos insistir em soluções individuais. Foi assim que os agentes da cidade catarinense agiram após a tragédia de 2008, que matou mais de uma centena de moradores na região do Vale do Itajaí. Acima de tudo, eles agiram. Sistemas modernos de monitoramento dos mananciais e do solo, capacitação e treinamento contínuo de servidores concursados e terceirizados, investimento constante em novas tecnologias, obras estruturantes e muito trabalho de conscientização junto às comunidades impactadas geraram uma verdadeira mudança cultural. E tudo isso orientado por agências internacionais e nacionais. Com bons projetos e propósitos definidos, a gestão pública também se especializou na busca por recursos públicos das esferas estadual e federal. Não foi da noite para o dia. Por aqui, claro, há muito trabalho a fazer. Mas podemos chegar lá, sim. Desde que haja um projeto regional.

Arigatô, Jica

Prefeito de Estrela e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), Elmar Schneider (MDB) se reuniu em Brasília com representantes da Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jica). Em pauta, a aproximação entre a entidade japonesa – responsável pela elaboração e, por vezes, financiamento dos projetos de contenção dos desastres naturais em Blumenau e outras regiões de Santa Catarina – e o Vale do Taquari. É o primeiro movimento regional pós-visita dos nossos líderes ao estado catarinense. Aliás, a proximidade com a Jica é vista com muito bons olhos pelo governo estadual. Secretária de Meio Ambiente do RS, a lajeadense Marjorie Kauffmann também enalteceu o trabalho da agência de cooperação japonesa e confirmou movimentos para aproximá-la do Estado. Com expertise em solo japonês, que historicamente sofre com diversos desastres naturais, a Jica tem tudo para auxiliar – e muito – a nossa comunidade.

Renata x Volnei

O enrosco envolvendo o vereador Volnei Zancanaro (União Brasil) e a Secretária de Assistência Social e Habitação Renata Cherini (PL) precisa, de forma urgente, uma intervenção por parte de outras instituições e personagens políticos de Estrela. O que se leu, viu e ouviu até o presente momento não é nada saudável e muito menos moderado. As denúncias partem de ambos os lados e, se confirmadas perante uma possível investigação junto ao poder judiciário, podem balançar as estruturas dos poderes municipais. Dito isso, reforço, é preciso uma intervenção mais moderada para evitar desgastes ainda maiores entre os agentes envolvidos e garantir uma política mais segura.

Conscientização na base

O programa Defesa Civil na Escola de Blumenau é uma espécie de “Proerd” voltado ao debate pedagógico sobre os diversos fenômenos climáticos. Por meio de palestras, aulas temáticas, atividades práticas, simulados em escolas, cartilhas e livros infantis, o governo municipal aposta na conscientização das comunidades por meio das crianças e adolescentes. Em 10 anos, mais de 50 mil alunos já foram diretamente impactados pelo modelo, e um segundo movimento já foi criado: o Agente Mirim da Defesa Civil. São ações que mudaram a cultura local. São ações simples e assertivas. E facilmente copiáveis pelo Vale do Taquari.

Juntos outra vez

PL e do PSD de Estrela voltaram a caminhar juntos após ruído gerado entre líderes. A rusga iniciou em novembro, quando agentes públicos do PSD (o partido do vice-prefeito João Schäfer) buscaram formas de tornar pública a insatisfação com posturas do prefeito Elmar Schneider (MDB). Eles estavam contrariados com as nomeações de secretários filiados ao PL (hoje já são três pastas coordenadas pelo partido) e cobravam mais protagonismo no alto escalão. E a queixa , por óbvio, criou uma crise institucional entre militantes. Mas, e isso é uma novidade, os principais atores (e atriz) desse “discreto” enredo conversaram e o PL vai apoiar a dupla formada por Schneider e Schäfer no pleito de 2024. E também deve cobrar ainda mais protagonismo, é claro.

Troca-troca em Bom Retiro do Sul

O governo de Bom Retiro do Sul vai anunciar mudanças no secretariado para 2024. Na Secretaria de Educação, Josi Görgen vai sair e dar lugar a Martinha Dullius. Já na pasta de Agricultura e Meio Ambiente, o atual coordenador da pasta, Cristiano Silva, vai assumir em janeiro o posto de Maria Delci Klunck.

Curtas da semana:
  • Mais de três meses após a histórica enchente de setembro, e o Aeródromo Regional de Estrela enfim foi reaberto para pousos de decolagens. E o primeiro pouso foi de uma aeronave pequena que viajou de Chapecó (SC) até o Vale do Taquari.
  • Sobre o futuro do aeródromo na Linha São José, a Empresa Pública de Logística Estrela (Elog) insiste na ampliação da pista junto à Anac. Para tal, vai buscar recursos federais para a pavimentação asfáltica.
  • As comportas da barragem de Bom Retiro do Sul foram abertas nessa semana. E os estragos ficaram ainda mais visíveis. Além disso, reacendeu um debate entre agentes públicos e empresários: afinal, é possível amenizar os danos das enchentes com a abertura prévia da eclusa?
  • Após anunciar concurso público para contratar um Agente da Defesa Civil (DC), o governo de Estrela vai comprar equipamentos para a DC. E, entre as prováveis aquisições, um jet ski.
  • Em Colinas, o sucesso do programa Mil Dias é mérito do governo municipal. E não para por aí. O Executivo vai ampliar o projeto, que passa a se chamar Dois Mil Dias. Com isso, será possível auxiliar as mães desde a gestação até o encaminhamento da criança para a rede infantil de educação.
  • Em tempo, o governo de Colinas auxilia na limpeza e reestabelecimento de vias em Imigrante após as fortes chuvas de dezembro. Um movimento recíproco e necessário.
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