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CONEXÃO

Alunos se dividem entre celebrar o fim do ciclo e notas para aprovação

Projeto do Rotary aponta os melhores alunos do ano entre os concluintes do Ensino Médio. Professores recomendam rotinas para quem ainda precisa atingir as médias necessárias para passar de ano

As pausas para o intervalo das aulas se tornam ainda mais importantes próximo do final do ano (Foto: Marcelo Grisa)

O fim do ano letivo é um período importante para toda a comunidade escolar. Alunos precisam fechar suas notas, enquanto professores preparam as últimas provas do ano. Pais e responsáveis ficam receosos ou aliviados com o desempenho dos estudantes, e as equipes diretivas se preparam para processos de rematrícula e, é claro, o próximo ano.

Alguns já estão com tudo encaminhado. É o caso de Stefani Luiza Jantsch, que está terminando o Ensino Médio na Escola Estadual de Educação Básica Vidal de Negreiros, no bairro Cristo Rei. O caderno bem organizado é um reflexo de suas notas.

Os resultados, mais sua atitude para com o resto da comunidade escolar, a fizeram ser a mais votada da instituição no Projeto Aluno Nota 10. A iniciativa é promovida há 20 anos pelo Rotary Club de Estrela, com o objetivo de premiar os alunos que estão concluindo o Ensino Médio com o maior impacto tanto em suas vidas como nas de quem os cercam.

Stefani conseguiu isso também por fazer mais do que o básico. Além do ensino regular, ela também deve concluir o curso técnico em Recursos Humanos à noite, e já trabalha em um escritório de contabilidade à tarde. “Eu procuro auxiliar meus colegas como eu posso. Infelizmente, não pude estudar muito para o Enem. Meu feriadão de Finados teve como foco fazer os trabalhos da escola e tentar me preparar. Mas ser escolhida como Aluna Nota 10 me deixou muito honrada pelo meu esforço”, aponta.

Foto: Marcelo Grisa

Durante essa caminhada, ela tem o apoio não somente de sua família, como também dos professores e do namorado. “Sempre tem algo para se fazer no trabalho. Ao mesmo tempo, sempre tive incentivos de todos à minha volta. Tudo isso, claro, veio porque eu quis e me esforcei muito para conciliar tudo” afirma Stefani.

A jovem estrelense já planeja os próximos passos. Stefani quer fazer faculdade de Psicologia para complementar os ensinamentos da área de RH. A pesquisa e a academia já estavam na vivência dela: além de ter participado da feira Estrelas do Conhecimento em agosto, ela também foi bolsista de Iniciação Científica no curso técnico.

Aula dada, aula estudada

As escolas procuram preparar os estudantes para que eles não precisem das últimas provas do ano letivo. Os professores não esperam que ninguém precise da famigerada recuperação para atingir os níveis mínimos para passar. No Colégio Martin Luther (CML), isso ocorre principalmente pelo conceito de “aula dada, aula estudada”.

Esse processo consiste em estudar um pouquinho todo dia, baseado no conteúdo que o aluno recebeu naquela mesma data. “Assim se constrói um ritmo de estudo que é importante para exames como o Enem ou mesmo o vestibular da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). O material não acumula tanto, fica mais fácil”, explica a coordenadora pedagógica Ensino Médio do Martin Luther, Karin Kern.

A orientadora educacional do CML, Ciane Hauschild, também lembra que a escola pode e deve trazer outras práticas que complementem o estudo diário. “Fazemos sessões de mindfullness, yoga… Tudo para preparar o psicológico dos alunos frente aos desafios e escolhas que eles têm nesse momento.”

Karin sinaliza que o desafio dos professores é ainda maior em anos como 2023, já que os alunos que hoje estão no terceiro ano do Ensino Médio, o popular “terceirão”, saíram do Ensino Fundamental com a pandemia de covid-19 em curso. “Isso causa uma quebra nas expectativas de todos eles, e nos faz correr atrás de formas de minimizar o potencial dano para o desenvolvimento das crianças e adolescentes”, diz.

Os alunos do “terceirão” já fazem as fotos para comemorar (Foto: Tiago Bortolotto/Divulgação)
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