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Alzheimer, doença em ascensão

Mas afinal, o que é o Alzheimer? É uma doença degenerativa cerebral, caracterizada pela queda gradual das funções intelectuais, sendo a causa mais frequente de demência em pacientes idosos. “O acúmulo de substâncias tóxicas vai causando perda progressiva dos neurônios com consequente atrofia e disfunção cerebral, causando, inicialmente, na maioria dos casos, comprometimento da memória recente, evoluindo para a memória remota e prejuízos em outras áreas cerebrais que levam à incapacidade e dependência significativas”, destaca o médico neurologista do Hospital Estrela, Dr. Alexandre A. C. do Espírito Santo.

Os familiares observam que a pessoa começa apresentando dificuldade para lembrar de acontecimentos recentes, compromissos, recados, perde objetos pela casa, repete perguntas, esquece o nome de objetos, apresenta dificuldades de realizar cálculos, gerenciar finanças, entre outros. Além disso, o neurologista alerta que, sintomas como apatia, depressão e agitação são manifestações que podem ser encontradas, inclusive em fases iniciais. Alucinações, delírios e agressividade também, principalmente em estágios avançados.

Hereditariedade e idade

A grande maioria dos casos é de ocorrência esporádica, manifestando-se após os 65 anos. A forma familiar (genética, com padrão de herança autossômica dominante) é responsável por cerca de 5% dos casos e pode ocorrer antes dos 60 anos. O que mais chama a atenção é a relação direta entre o aumento no número de casos e a idade. “No Brasil, dois estudos de base populacional concluíram que a prevalência da doença aumentou com a idade, passando de 0,16% entre os indivíduos com 65 a 69 anos para 23,4% na faixa de 85 ou mais. As pessoas mais próximas devem se atentar para alguns sinais como distúrbios na memória, linguagem, orientação, funções executivas como esquecer o fogo ligado, se atrapalhar com datas, ficar desorientado em lugares menos conhecidos, ter dificuldade no julgamento, manutenção da higiene, escolha de roupas adequadas, tudo são indicativos importantes e, muita atenção aos distúrbios comportamentais: medos, insegurança, delírios/alucinações, ansiedade, alteração no sono, na alimentação”, esclarece o doutor.

Tratamento

O tratamento farmacológico disponível controla os sintomas, já que ainda não existe um tratamento curativo. Na avaliação do neurologista, “os estudos clínicos demonstraram eficácia no uso das medicações, no tratamento dos sintomas, com benefícios também sobre o desempenho funcional. Além disso, outras medicações podem ser utilizadas, dependendo dos sintomas, como antidepressivos e moduladores do sono”. O médico lembra que é importante complementar o tratamento com o auxílio de outros profissionais, o que pode trazer benefícios significativos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares. Também pode contribuir no desenvolvimento do Alzheimer a hipertensão arterial, a obesidade, níveis alterados de colesterol e homocisteína, diabetes, tabagismo, traumatismo cranioencefálico e doenças vasculares. Já os fatores contribuintes para o retardamento da doença sublinhados pelo médico são atividade intelectual produtiva, alta escolaridade, essas relacionadas à denominada reserva cognitiva. “O estímulo a manter-se ativo, reforçando o conhecimento, o incentivo a novas aprendizagens, como línguas estrangeiras, pintura, música, assim como atividades lúdicas, leitura, são de grande valia visando aumentar esta reserva cognitiva. Além disso, a atividade física regular e alguns tipos de dieta (a base de frutas, vegetais, peixe, pequenas quantidades de leite e derivados) também parecem trazer benefícios”, finaliza o neurologista.

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