O Estrela Palace Hotel foi palco, nessa sexta-feira, 15, da primeira assembleia da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) após a saída das cidades da região alta. E um dos temas debatidos por prefeitos foi justamente uma avaliação das desfiliações e os impactos que isso causa à entidade.
Em 60 anos de história, esta foi a maior debandada enfrentada pela Amvat. E o presidente Sandro Herrmann, atual prefeito de Colinas, disse que lutará pelo retorno dos 11 municípios ao grupo. “A diretoria deseja a reunificação o quanto antes. Vou trabalhar até o último dia na presidência para trazer essas prefeituras de volta”, garante.
Na reunião, Herrmann também classificou a situação como “desconfortável” e admitiu que talvez tenha errado ao não acompanhar as manifestações ocorridas contra o pedágio em Encantado, estopim para a saída dos municípios da parte alta. Porém, ressalta que a Amvat não foi convidada para os protestos.
O prefeito de Arroio do Meio e tesoureiro da Amvat, Danilo Bruxel, lembra que vivenciou uma situação, há quase duas décadas, de desfiliação da prefeitura de Taquari.
“Foi algo que durou apenas alguns meses e logo foi resolvido, mas houve uma discussão à época”, afirmou, sem detalhar o ocorrido. Para ele, a debandada representa um baque também na arrecadação da entidade.
Pautas positivas
Presidente da Amvat em 2021, o prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch lamenta o conflito e ressalta que a classe política não acompanha o desenvolvimento da região. Ele sugere que a entidade foque em uma agenda de pautas positivas ao Vale para retomar o protagonismo.
“O Vale evoluiu muito nos últimos anos, nos setores do turismo, do comércio, dos serviços. Mas não é o caso do setor político. Por que não nos unimos mais? Precisamos distensionar para melhor representar”, frisa.
Lembra do esforço que fez, durante sua gestão, para que a Amvat tivesse voz no debate sobre a concessão das rodovias estaduais. “Mas não foi possível decidir”, completa.
Guardas-vidas civis do Vale
Antes da reunião, o comandante do 6º Batalhão de Bombeiros Militares, tenente-coronel Claiton Fernando Marmitt, fez uma apresentação sobre os trabalhos da corporação na região.
Ele também falou a respeito da próxima seleção de guarda-vidas civis temporários para a temporada 2022-2023. Ainda sem data para lançamento, o edital deve novamente abrir 200 vagas no Estado. A remuneração, incluindo benefícios, ultrapassa os R$ 4 mil.
“Isso é maior que a média dos salários aqui no Vale. Peço ajuda dos prefeitos para que mais jovens possam ter acesso a essa carreira”, declarou.
Segundo ele, a última seleção não conseguiu preencher todas as vagas por conta da dificuldade de alguns candidatos em fazer os exames médicos e conseguir transporte para a realização da prova.
Outro tema abordado na reunião foi o piso nacional do magistério. Segundo Herrmann, os pisos em diversas categorias constituem uma “pauta-bomba” aos municípios.
A entidade deve entrar com uma ação contra a União para suspender a aplicação do último reajuste. Porém, admite que é algo ainda “incipiente”.