Redução na tabela de horários e carros em condições precárias. Este é o cenário relatado por quem utiliza transporte público para se deslocar entre Estrela e Lajeado. Enquanto passageiros pedem pela retomada da normalidade dos horários, um relato da situação que chegou ao Ministério Público (MP) em novembro se tornou um inquérito contra a Auto Viação Estrela.
Conforme o processo, os horários antes do início da pandemia eram a cada 30 minutos. A partir da restrição na circulação de pessoas, a frequência aumentou para uma hora. Um horário intermediário entre 7h e 8h ainda atende à demanda em ambos os sentidos, mas os usuários criticam a falta de disponibilidade para o retorno.
Ainda constam nos autos que a denunciante fez contato com a 11ª Superintendência Regional do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) e que a diretoria tinha ciência do assunto. O representante do órgão na região ainda indicou à usuária que buscasse auxílio junto ao MP.
O setor de imprensa do Daer afirmou à reportagem que ainda não foi comunicado da situação, mas, caso isso ocorra, a autarquia irá providenciar uma ação de fiscalização para apurar eventuais faltas. Podem ser aplicadas sanções previstas na legislação, que vão desde apreensão dos veículos até multas. Por outro lado, o departamento ressalta que é necessário averiguar de forma específica o caso da Auto Viação Estrela para definir o que poderá ocorrer.
O pedido é que sejam colocados mais ônibus em circulação nos horários de pico, da mesma forma que ocorre no período da manhã. No dia 23 de novembro, a promotora Andrea Almeida Barros notificou à empresa de transporte para que se manifestasse sobre a possibilidade de atender à solicitação.
Reforço na denúncia
No início de dezembro o comunicado ao MP foi reiterado, onde foi citado um diálogo com o proprietário da Auto Viação Estrela, João Reckziegel. Ao ser questionado se instalaria ar-condicionado nos carros, ele afirmou que não faria devido aos custos. Neste segundo relato também foi mencionado que a empresa reduziu funcionários e retirou os cobradores após o início da pandemia.
Outra crítica é sobre o estado de conservação dos ônibus. Na mesma denúncia foi anexada uma foto interna do veículo, onde aparecia um buraco na parte interna, e foi relatado que em dias chuvosos “temos que abrir um guarda-chuva para não nos molharmos” devido às goteiras. A partir disso o MP abriu um inquérito civil na semana passada e deu 15 dias para que a empresa se manifeste.