O cronograma de trabalho de recolhimento dos entulhos gerados pela cheia, iniciado em julho, foi paralisado devido à insuficiência de recursos. O plano inicial elaborado pelo governo municipal previa cerca de 50 mil toneladas de resíduos. No entanto, o número foi superado e chega a mais de 60 mil toneladas.
Do total, cerca de 33 mil toneladas foram transportadas ao aterro sanitário de Minas do Leão. O restante, calculado em 31 mil toneladas, segue armazenado em frente ao Porto de Estrela. Em paralelo, após seis meses, o processo de limpeza das ruas ainda ocorre na cidade, afirma o secretário de Infraestrutura Urbana, Osmar Muller.
Após a calamidade, o município foi contemplado com cerca de R$ 7,8 milhões, oriundos do governo federal, para proceder com a destinação correta dos resíduos. Segundo Muller, para dar continuidade no serviço, o município fez solicitação de aporte financeiro à Defesa Civil Nacional. O pedido segue em análise.
“O que recebemos de recursos até o momento, foi utilizado para fazer a destinação correta. Mas não foi o suficiente para destinar todo o material. Caso o aporte não seja aprovado, será necessário utilizar recursos próprios”, explica o secretário. Assim como no ano anterior, os entulhos estão armazenados em terreno em frente ao Porto devido licenciamento ambiental.
Além disso, o espaço fica localizado de forma estratégica nas proximidades da BR-386, o que facilita a remoção dos materiais. Os detritos são destinados ao Aterro Sanitário de Minas do Leão. A empresa responsável pelo trabalho é a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), que futuramente também deve fazer a remoção de aproximadamente 30 centímetros do solo para evitar a contaminação do solo.
Após a conclusão do recolhimento, o departamento de Meio Ambiente deve avançar com os trâmites para analisar a situação ambiental da área. O resultado é apontado por meio de amostras da terra compactadas no terreno com avaliação em laboratório.
Limpeza continua
Após seis meses, o trabalho de limpeza nas ruas da cidade segue em andamento. Muller destaca que apesar da normalização do cronograma de recolhimento, as pessoas ainda descartam resíduos em decorrência das cheias. “Tem pessoas que recém começaram a fazer a limpeza, principalmente aos fins de semana. Havia muitas pessoas que ainda estavam fora de casa e decidiram voltar”, conclui.