O avanço da vacinação contra a covid-19 para um novo público, das crianças de seis meses até menos de três anos, e a chegada de novas variantes, faz os gestores alterarem as estratégias para busca dos públicos-alvo. Um fator preocupante é o atraso no cronograma vacinal, que para terceira e quarta doses ainda alcança um percentual considerável da população.
Em Estrela, a vacinação para bebês e crianças até três anos iniciou ainda na sexta-feira passada, 25. A coordenadora do setor, Ana Carolina Pádua Lopes, ressalta que o processo é fundamental para o avanço da imunização dos moradores. “A vacinação é muito mais benéfica para a população do que as reações que possam ocorrer.”
Desta forma ela aponta a importância também para os adultos que estejam com pendências. O município estendeu a aplicação de vacinas às localidades do interior com o uso da unidade móvel de saúde durante o mês de novembro. “Buscamos esse contato mais próximo da população da área rural e facilitar o acesso à vacinação”, destaca Ana.
Estratégias dos municípios
O secretário da saúde de Bom Retiro do Sul, Paulo Marmitt, afirma que o trabalho de imunização segue em ritmo intenso. “Queremos manter esse trabalho, mesmo que tenhamos bons números”, diz. Diferente de Estrela, o município aplica vacinas apenas para crianças da nova faixa etária que tenham alguma comorbidade. “Necessariamente devem apresentar algum atestado médico”, acrescenta.
Imigrante retoma o contato com os moradores que ainda não colocaram o cronograma vacinal em dia. “Em um primeiro momento buscamos os responsáveis pelos menores de 12 anos que ainda não fizeram a vacina”, afirma a secretária da saúde Jóice Cristina Horst. Caso não queiram que as crianças recebam o imunizante, estes responsáveis terão que assinar um termo de recusa. “Caso mudem de ideia, podem agendar e o termo será desconsiderado”, completa.
Na microrregião
De acordo com os dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), a média de atraso para a segunda dose para adultos fica em 4,33% nos cinco municípios da microrregião. Crianças e adolescentes apresentam indicadores maiores, de 21,23% e 10,13%, respectivamente.
Ao considerar o chamado “período ideal”, que é o intervalo onde a pessoa vacinada pode receber a dose seguinte, os números de atraso da terceira e quarta doses são ainda mais altos. A média de atraso da primeira dose de reforço (terceira dose) chega ao 39,79% e para a segunda dose de reforço (quarta dose) alcança os 65,29%.