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Autistas têm atendimento prioritário e especializado em Fazenda Vilanova

Município é o primeiro da região a confeccionar a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA

Jonas Brandão, de 17 anos, nasceu prematuro com oito meses. A mãe, Márcia Brandão, de 39 anos, escutou do médico, na época, que se o filho sobrevivesse teria sequelas. Na infância, ele apresentou dificuldade para falar e estudar. Com a ajuda de especialistas, foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Jonas é uma das três pessoas que, a partir de agora, possuem a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (Ciptea), em Fazenda Vilanova. O documento tem o objetivo de assegurar os direitos básicos aos autistas, como atendimento prioritário e especializado.

Conforme a mãe, desde que foi encaminhado ao Centro Municipal de Atendimento Especializado à Criança e Adolescente (C-MAE), o filho apresenta melhora. Para ela, o serviço é muito importante para Jonas e outras crianças, assim como a nova carteirinha. “Vai ser muito bom para ele e para nós, pois ele é filho e a gente sempre quer o melhor para os nossos filhos”, afirma.

Benefícios

Marta Ferronatto Delatorre, assistente social (Fotos: Larissa Santos)

Conforme a assistente social Marta Ferronatto Delatorre, a carteirinha serve para identificar o autista e proporcionar atendimento diferenciado em todo o estado. Além disso, inclui dados de saúde. A Ciptea foi lançada em junho pela Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PCD e PCAH (Faders), junto com o projeto TEAcolhe do governo gaúcho.

Segundo Marta, o autista também pode receber Benefício de Prestação Continuada (BPC). “A ideia da carteirinha é trazer autonomia e desenvolver as capacidades e habilidades da melhor forma possível. Por isso que, em alguns casos, a família pode ser beneficiada com algum programa, mas não é garantido”, explica.

De acordo com a assistente social, o número de autistas cresce todos os anos. Isso deve-se ao fato do diagnóstico ser cada vez mais precoce e já com olhar diferenciado. A Carteira de Identificação deve ressaltar a tolerância e o respeito com as pessoas que possuem TEA. “Os serviços também poderão se adequar para dar um atendimento melhor, com um olhar mais cuidadoso para os autistas”, salienta.

Elaboração de políticas públicas

Márcia Oliveira,
coordenadora do C-MAE

Fazenda Vilanova é o primeiro município do Vale do Taquari a emitir a carteirinha. Conforme a coordenadora do C-MAE, Márcia Oliveira, na medida em que fica pronto o documento, esse é entregue às famílias.

Atualmente, as estatísticas relacionadas ao TEA, no Brasil, estão desatualizadas. Segundo ela, com as carteirinhas será possível mapear quantos autistas têm, pelo menos, no RS. “Desta forma poderemos criar políticas públicas nos próximos anos, voltadas para este público, pensando no cuidado e acessibilidade que eles precisam”, ressalta a coordenadora do C-MAE.

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