O auxílio para moradores atingidos pela inundação de maio foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo governo federal. Entre cadastramento e aprovação, os depósitos costumam levar entre cinco a dez dias.
Conforme dados da plataforma Brasil, nas 20 cidades em calamidade e emergência do Vale do Taquari aptas a inscreverem as famílias, foram pagos quase R$ 38 milhões, para um total de 7.448 beneficiados.
O prazo para as solicitações encerrava nessa terça-feira, 25 de junho. No entanto, como mais de 170 cidades gaúchas ainda não tinha conseguido entrar no sistema, o governo federal prorrogou as inscrições até 12 de julho.
Conforme o secretário de Comunicação Institucional da Presidência da República, Maneco Hassen, pelos cálculos estimados, mais de 167 mil famílias ainda não inscritas estariam aptas a receber o benefício de R$ 5,1 mil.
O ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta, cobra agilidade dos governos municipais. “Não é razoável que famílias que já podiam ter recebido sequer tenham sido cadastradas. Vamos prorrogar em respeito às pessoas e fazer um chamamento às prefeituras para que cumpram esse prazo.”
Pelo formato do benefício, cabe as administrações municipais a informação sobre os dados das famílias atingidas. Após a análise inicial, os beneficiários precisam confirmar as informações no portal Auxílio Reconstrução. Depois dessa etapa, o pagamento é feito pela Caixa Econômica Federal.
Pela Medida Provisória (MP) do governo federal, o benefício terá aporte de quase R$ 2 bilhões. Até ontem, cerca de 220 mil famílias receberam o dinheiro, totalizando R$ 1,1 bilhão.
No aguardo do dinheiro
Moradora de Lajeado, Geni Petry, aguarda o depósito faz dez dias. Fez a inscrição e ainda não sabe se foi aprovada ou não. No apartamento em que reside, a água chegou a um metro. “Perdi muita coisa. Esse é um dinheiro que vai ajudar para comprar móveis.”
Na manhã de ontem, esteve no Centro de Atendimento aos Atingidos pela Enchente. “Consultei o meu pix e não veio nada. É um dinheiro importante para diminuir um pouco o nosso prejuízo.”
No caso do também morador de Lajeado, do Bairro Morro 25, José Lourival da Rocha, a situação é mais complexa. “Nós disseram que não temos direito. Viemos todas as semanas pedir algum auxílio, seja o aluguel social, ou mesmo para reconstrução, e não conseguimos nada.”
A residência dele foi muito atingida pela inundação. “Conseguimos salvar os móveis, mas não há como voltar para lá”.
Lourival mora com a mulher e com a sogra. Aposentados, vivem com quatro salários mínimos. “Nos disseram que nossa renda está acima. Mas minha sogra tem 85 anos, gasta tudo em medicamento. Agora estamos pagando aluguel, água, luz. Não sobra quase nada.”
Pela regra federal, os R$ 5,1 mil em parcela única são destinados para todas as famílias que tiveram prejuízo devido à entrada da água
na casa. “Até agora, ganhamos só cesta básica.”
Detalhes
- O Auxílio Reconstrução foi apresentado em 15 de maio pelo governo federal.
- Apoio Financeiro: depósito de R$ 5,1 mil em parcela única para famílias desalojadas ou desabrigadas.
- Elegibilidade: destinado a residentes de municípios em situação de calamidade ou emergência devido a enchentes.
- Processo de Pagamento: depende da rapidez no envio de informações pelos municípios e da confirmação dos dados pelas famílias.
- Conta Bancária: Não é necessária a abertura de conta; Caixa Econômica Federal criará conta poupança social digital.
- Beneficiários do Bolsa Família afetados pelas chuvas podem receber o auxílio.
- Não é preciso estar no Cadastro Único para ser elegível.
- Um auxílio por família; recebimento múltiplo é considerado fraude.
- Uso do dinheiro é livre. Seja para móveis, eletrodomésticos, materiais de construção e outras despesas.
