O intérprete de Jesus Cristo no espetáculo Paixão de Cristo de Imigrante, Alex Possamai, conta sobre como passou a fazer parte da encenação da Via-Sacra que neste ano reuniu mais de 13 mil pessoas no Convento São Boaventura. Em paralelo, Alex também fala sobre o crescimento da agroindústria familiar.
Como você passou a fazer parte do elenco da peça?
Alex Possamai – Eu entrei na equipe de atores em 2008, na terceira edição do espetáculo. Eu estava no Ensino Médio e o convite surgiu de uma professora, pois havia desfalque no elenco. O primeiro personagem que eu interpretei foi Lázaro e segui assim por uns anos, até começar a interpretação de Jesus Cristo, em 2015.
Para você, o que significa interpretar Jesus Cristo?
Possamai – É muito gratificante poder interpretar o personagem principal na Paixão de Cristo. Nós recebemos um carinho imenso do público. Ver as pessoas emocionadas com essa apresentação, que é uma preparação para a Páscoa, enche de alegria. Nesta semana recebi uma mensagem de uma menina que fez um desenho na escola, onde ela também escreveu sobre o que mais gostou na peça. É gratificante saber que o coração das pessoas está sendo tocado, que passamos uma mensagem de paz, que esta mensagem está sendo levada adiante e aos poucos mudando as pessoas.
Quais foram os fatos mais marcantes sobre a peça?
Possamai – Uma das coisas mais legais é a convivência entre o grupo. Fazemos confraternizações em alguns períodos do ano e aproveitamos para relembrar fatos que aconteceram, porque cada um possui uma vivência diferente. Teve dois momentos muito marcantes para mim. Começou a chover em uma apresentação e para conseguir finalizar a peça antes de a chuva ficar mais forte, cortamos algumas cenas. Devido às mudanças, eu precisava entrar de um lado do pátio do Convento, mas estava no lado oposto. Então eu praticamente me teletransportei, porque é longe e fui muito rápido, e consegui entrar em tempo para uma das cenas finais. Quem assistiu pela primeira vez não percebeu a mudança. Essa é a magia do teatro. Em outro ano, o cenário estava bem próximo ao público e eu conseguia ver as pessoas e até escutar o que elas falavam. Percebi em muitos momentos as pessoas chorando de emoção. Depois recebi mensagens, porque foi uma cena muito forte, de pais falando que as crianças ficaram tristes de ver Jesus apanhando e também muitas mensagens de elogio. Isso é marcante.
Como isso impacta na sua vida?
Possamai – Como nos primeiros anos participei como Lázaro, tinham pessoas que passavam por mim e me chamavam pelo nome do personagem. E no sétimo ano interpretando Jesus, ocorre a mesma coisa. Isso é bem bacana, porque mostra o carinho que o público tem com nosso trabalho. Mostra a valorização do povo de Imigrante e do Vale do Taquari com os atores locais. E interpretar Jesus Cristo é muito marcante, são meses de ensaio e dedicação. Exige concentração e muita energia para passar veracidade em um papel tão forte. Recebi muitas mensagens de pessoas falando que neste ano aconteceu uma das melhores interpretações. Fico muito feliz porque vejo que meu trabalho deu resultados e eu atingi os objetivos. Sou muito feliz por participar todos esses anos e passar essas mensagens.
Sobre seu empreendimento, como iniciou na produção de cachaças?
Possamai – Estamos montando uma agroindústria familiar, a Cachaçaria Possamai. Iniciamos o projeto de 2020, em meio a pandemia. Reavaliamos como poderíamos valorizar a propriedade e iniciamos a produção. Toda a família está envolvida, desde o plantio da cana até o envasamento da garrafa. Já tínhamos plantação, aumentamos e hoje temos 3 hectares de cana. Em 2022, produzimos quase 10 mil litros de cachaças e licores. Temos uma grande gama de produtos. Neste momento, estamos estruturando para visitas, para oferecer degustações e, futuramente, abrir um “garden”, com gastronomia italiana.
O Cafezinho com NG é publicado toda semana no Jornal Nova Geração. Neste espaço, empresários, políticos, lideranças e representantes de comunidades da área de cobertura do semanário destacam experiências e ações nos seus respectivos setores e em benefício de suas cidades.
