Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Cafezinho com NG | Clairton Carvalho

O músico e compositor conta sobre a experiência de trabalhar com a música, o que o permitiu compor o hino do Festival do Chucrute de Estrela

Foto: Marcelo Grisa

A música já estava na história da tua família. Quando é que decidiu tomar isso pra ti também?
Clairton Carvalho – A música já vem na minha vida desde o meu pai, o violeiro Sertãozinho, da dupla Zé Moreno e Sertãozinho. Então me criei escutando muita música de conteúdo, e eu parti então pro lado de composições em 2003. Desde então eu já tenho vários trabalhos gravados, com a banda Knecus, por exemplo. Também com Os Formigos, eu viajei por dois anos com eles. Eles gravaram uma música minha, parceria com o Guto, o tecladista, e inclusive está no DVD deles, gravado em 2010.
Sempre sonhei em ser um jogador de futebol, na verdade. Joguei no júnior do Estrela, quando era piá, mas logo já fui pai aos 18 anos. Aí já tinha que puxar algo que te dê um retorno, para sustentar o filho, né? E graças a Deus tenho o retorno, inclusive com os direitos autorais. Banda Arte Live, Knecus, Formigos… Tem um gurizão também, de São Paulo, o Vitor Oliveira, que também gravou coisas minhas.

Como é pra ti ver uma composição tua virar ser interpretada por outras pessoas?
Clairton Carvalho – É algo interessante. Por exemplo: a primeira vez que eu fui gravado pela Banda Knecus, em 2007, foram três músicas. Sempre que eu ouço o emocional vem à tona, eu fico muito feliz. Claro que eu não tenho nenhum trabalho estourado nacional ou regionalmente. Mas igual a emoção vem forte quando tu escuta uma rádio tocar a tua música. Porque um trabalho teu é um filho teu. Tem até identidade, o ISRC, que cada música tem, na hora que tu registra. Então, bate o coração mais forte quando tu tá escutando alguém interpretar, ou uma rádio tocar. Nem precisa ser um cantor profissional, na verdade, mas tu fica feliz! Poxa, legal ver que o cara ali curtiu o meu trabalho. Então é também um reconhecimento.

Já te aconteceu de tu fazer uma composição e alguém te surpreender ao executar ela?
Clairton Carvalho – Sim, sim. Ver o jeito de diferentes pessoas cantarem é muito bonito. Perceber mudanças na métrica das frases, para fechar com o jeito da pessoa cantar, fica muito interessante. Claro, eu não aceito muito que mudem a letra, isso sempre a pessoa deve perguntar para o compositor. Com mudanças na melodia é o mesmo, tem uma linha que precisa ser respeitada. Mas o jeito de tu cantar é algo mais solto. Por exemplo, tu atrasar uma palavra para cantar mais rápido as próximas duas ou três depois, isso afeta a métrica. E cada um tem seu jeito de ver aquilo que está na melodia e na letra. O compositor está sempre ali, de cantinho, mas está na música. Tempos atrás, nem se sabia quem era o compositor. A gente fica ali, meio no cantinho, de carona. Se faz sucesso, é uma carona boa, né? [risos]

Como é fazer parte da história do Festival do Chucrute com o teu hino?
Clairton Carvalho – É muito legal ver a música rodando nos carros de som, anunciando o evento. Surgiu porque a organização gostou da “Knecus na Oktober”, que eu fiz para a banda, e daí eles foram chamados ao estúdio para a gente adaptar. É uma música que já roda em outras cidades, que eles tocam em cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. É a música que mais me deu renda em direito autoral até hoje.
Mas o sentimento ao ouvir a minha música atrelada ao Festival é diferente. Felicidade total. No sábado do desfile, eu fui lá no morro do Cristo Rei e comecei a filmar a galera vindo. Todo ano eu sempre posto. Ano passado meu filho estava observando a carreata no Parcão e me mandou: “Ó, pai! Tá ficando famoso, pai!” Quando a Knecus veio aqui tocar no festival eu subi no palco e cantei com eles. Eu fico muito feliz, tá louco! O sonho do compositor é a sua obra estar por aí, e não ficar engavetada.

O Cafezinho com NG é publicado toda semana no Jornal Nova Geração. Neste espaço, empresários, políticos, lideranças e representantes de comunidades da área de cobertura do semanário destacam experiências e ações nos seus respectivos setores e em benefício de suas cidades.
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