Jornal Nova Geração

ENTREVISTA

Cafezinho com NG | Claudio Nunes Grecco

O bacharel em Direito e registrador público titular do Cartório de Registros Públicos de Bom Retiro do Sul, fala sobre como chegou ao município, sobre os 35 anos de atuação no cargo e os serviços prestados na unidade bom-retirense

Foto: Karine Pinheiro

Como chegou a Bom Retiro do Sul?
Claudio Grecco – Na época em que eu atuava como oficial de justiça em Sapucaia do Sul, abriu concurso para registros públicos.
Diariamenrte ia ao cartório de lá para praticar atos inerentes ao meu serviço. Desta forma, fui conhecendo a profissão de registrador. Quando abriu o concurso para registrador público para várias cidades do RS, fiz a prova para Bom Retiro do Sul, porque era a localidade mais próxima de Porto Alegre. Fiz o concurso sem expectativas de ser aprovado, pois era muito difícil. Por “sorte”, passei em 1° lugar. Pedi exoneração em Sapucaia do Sul e fui nomeado em Bom Retiro no dia 26 de janeiro de 1988.

Quais os principais feitos durante os 35 anos?
Claudio Grecco – Hoje temos um bom relacionamento com a comunidade e fizemos grandes inovações. No entanto, o início foi bem difícil. O cartório talvez seja a instituição mais antiga do município, com início em 1896 (tabelionato e registro civil). Quando houve implantação dos registros públicos(registro civil, registro de pessoas jurídicas, registro de títulos e documentos, registro de imóveis e protesto de títulos) em 1983, ao se mudarem atos da origem de Taquari, havia algumas inconsistências devido as alterações legislativas sobre a matéria. Então começamos a fazer essas adequações e os dez anos seguintes foram de muito trabalho e de muito custo também. Também realizamos algumas inovações como inserir a informática na rotina dos cartórios. Fizemos até caixinha para comprar computadores, que na época substituíram as máquinas de escrever. Hoje temos uma grande eficiência, temos conhecimento. Isso proporcionou que eu também lecionasse sobre o assunto em cursos de pós-graduação.

Como é a relação com a comunidade?
Claudio Grecco – Muitas vezes as pessoas não têm conhecimento dos serviços que prestamos e acabam buscando maneiras mais caras de fazer a mesma coisa. Um exemplo é em relação às pessoas transexuais, ou simples retificação de um nome. O mesmo ocorre com outros procedimentos como inventários, adjudicação compulsória, usucapião extrajudicial, regularização fundiária entre outros. As nossas associações de classe atualmente estão tentando, junto ao governo do Estado, que os cartórios se tornem postos de emissão de documentos de identidade. Além dos serviços habituais de registro, também prestamos informações que auxiliam no desenvolvimento da comunidade, do Estado e da União. Várias informações são remetidas aos órgãos governamentais para assegurar o cumprimento de políticas públicas eficientes. Por exemplo, os registros de óbitos são repassados ao INSS, IBGE, Justiça Eleitoral, Secretaria da Saúde, evitando perdas de recursos. Também a Receita Federal é abastecida de informações importantes. Com a Lei 9613/98, somos obrigados a prestar informações sobre a movimentação financeira, evitando-se a lavagem de dinheiro. Muitos delitos foram desvendados graças as informações repassadas ao Estado. O registro de títulos e documentos também são feitos nos cartórios. Eles funcionam como seguro de documentos oficiais e importantes. Infelizmente são poucos utilizados por desconhecimento geral da sociedade. Talvez essa seja a nossa maior falha por não saber divulgar de forma eficiente nossos serviços. Nossa missão é servir a comunidade da melhor forma possível e orientá-la, contribuindo com os poderes constituídos.

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