Como surgiu o envolvimento em trabalhos comunitários?
Pedro Barth – Dizem que a maçã nunca cai longe do pé. Meus pais eram exemplos de liderança comunitária, desta forma, sempre fomos integrados nestes trabalhos. Fomos acostumados a servir, e não a ser servidos. Tive oportunidades de exercer liderança desde cedo, quando no primário ia formando os grupos de futebol, ou quando fui presidente de jovens da comunidade de Arroio do Ouro, onde nasci. Depois fui convidado pela paróquia Santo Antônio para desenvolver esse trabalho nos grupos de todas as comunidades católicas. Fazíamos encontros que auxiliavam na questão de educação e formação do caráter. Além dessas atividades, também tinha os grupos de teatro e de vôlei. A palavra comunidade é derivada da palavra comum, de valorizar o outro. Cada ser tem uma forma de pensar e refletir. Saber trabalhar com as diferenças é uma arte dentro da liderança. Em grupo somos mais fortes. O líder deve fazer a frente de forma humilde.
Como foi sua atuação política?
Pedro Barth – Entrei na vida política por desejo da comunidade onde eu morava, não porque era algo que eu almejava. Eu achava que fazer isso ia ser ruim para mim. Mas depois das insistências, foram três legislaturas. Eu era incansável como vereador, sempre buscava novas ideias para apresentar, trabalhava em prol da comunidade. Como eu era da área rural, defendi muito a qualidade de vida nesses locais. Participei da implementação de telefonia no interior, também fui o fundador da primeira associação de água do município. Essa entidade foi formada porque ninguém cuidava da qualidade da água, como era feito na área urbana. Nessa época, nossos agricultores também começaram a investir em tecnologia, mas as redes eram monofásicas. Então fizemos um tripé entre município, Estado e os produtores para viabilizar a distribuição de energia trifásica.
Como foi sua participação interna durante os mandatos?
Pedro Barth – Iniciei em 1983 e fui até 1996. Além de atuar em prol das comunidades, em 1990 participei da criação da Lei Orgânica do município, fiz parte da Comissão Especial Temática. No mesmo ano, fizemos o regimento interno da câmara e eu fui presidente deste movimento. Em 1993 ocupei a função de presidente do Legislativo e elaboramos o Código de Posturas. Junto às funções da câmara e de trabalho, participava de nove diretorias, foi o auge da minha vida. Por isso, sei que a vida comunitária é uma vocação.
Quais trabalhos você faz hoje?
Pedro Barth – Hoje eu atuo de forma mais ativa na Cacis Estrela. Faço parte da diretoria desde 2015. Já fui vice-presidente de Infraestrutura, hoje sou de Planejamento e participei da criação da pasta do Agronegócio. Somos um dos maiores produtores de frangos, suínos e leite do estado, portanto, a associação precisa estar perto deste setor. Também fui presidente da Cacis e da CIC-VT. Participo há muitos anos também dos Grupos Folclóricos de Danças. Somos um dos grupos mais fortes do Brasil e isso exige muita organização. Eu e minha esposa também somos um dos casais festeiros da Rosa Mística. São muitas atividades de liderança e de forma voluntária ao longo dos anos.
Qual a importância do voluntariado em Estrela?
Pedro Barth – O município é marcado por isso. Temos os grupos de serviços, que se movimentam em prol de ajudar terceiros e as próprias comunidades espalhadas pela cidade que também exercem essa função. Essas entidades auxiliam nessas formações, construção do caráter e na questão social. Elas também ajudam na parte econômica, trabalham juntas e compartilham ideias. Voluntariado é sinônimo de qualidade de vida. Para quem faz e para quem se beneficia. Solidariedade vem disso.