Representantes da Certel apresentaram aos líderes comunitários, ribeirinhos e ao governo municipal o projeto de construção da usina hidrelétrica. O encontro foi organizado pela câmara de vereadores e cooperativa, na Casa do Morro, em Cruzeiro do Sul, com objetivo de esclarecer e detalhar o cronograma da obra.
As intervenções iniciam neste ano, com a escavação de um canal de 12 metros de profundidade paralelo ao Rio Taquari. O trabalho mais intenso deve iniciar em janeiro de 2024 e a operação com geração de energia e distribuição às subestações de Venâncio Aires e Estrela, em abril de 2026.
As informações foram confirmadas pelo diretor de geração e comercialização de energia da Certel, Julio Cesar Salecker, que também descartou o risco ambiental da obra. “Vamos aproveitar o reservatório já consolidado pela eclusa desde 1976. Não teremos alteração nas cotas e níveis do rio”.
Toda a estrutura de geração energética da usina hidrelétrica será construída na localidade cruzeirense de Santarém. Parte da área necessária para a construção foi desapropriada no ano passado pela cooperativa num acordo com o proprietário Ivo Salton. Ali serão construídos o canal de desvio e a casa de força com seis unidades geradoras.
De acordo com o coordenador de engenharia da Certel, Felipe Drebes, a movimentação de máquinas pesadas e trabalhadores além do transporte de materiais, insumos e equipamentos devem causar os maiores transtornos aos moradores. Com o andar da construção, também haverá alteração no traçado da estrada do Salto de Bom Retiro.
Benefícios do projeto
A hidrelétrica será a maior construída pela Certel. A capacidade de vazão será de 440 metros cúbicos por segundo e potência de até 35 megawatts, atendendo 100 mil pessoas em 40 municípios localizados na região dos vales do Taquari e Rio Pardo. Mesmo com a construção da hidrelétrica, a distribuição da energia em Cruzeiro seguirá sob responsabilidade da RGE, por conta das concessões da Aneel.
O projeto recebeu a licença de instalação da Fepam em outubro de 2022 e permite o início das obras no local. O investimento previsto é de R$ 250 milhões e geração de 250 empregos diretos e indiretos. A possibilidade é que os operários fiquem alojados em pavilhões ou casas alugadas próximas à usina, já equipes de engenharia e administração sob responsabilidade da Certel ficam em hotéis ou pousadas.
Questionado sobre a contratação de mão de obra local, Drebes confirmou que existe a possibilidade desde que os profissionais atendam aos requisitos da empreiteira e da cooperativa.
Números apresentados
- 673 hectares Lago existente
- R$ 250 milhões em investimentos
- 100 mil pessoas atendidas
- R$ 934 mil Valor adicionado (VAF) gerado ao município em 2029