Com o objetivo de comprar o tão sonhado videogame, Frederico Antonio Horn, de 10 anos, produz e vende “pipocas gourmet” para juntar o valor necessário ao equipamento. O projeto “Pipocas do Frêd” é uma iniciativa dos pais Gilberto Horn e Clecimone Henich, para que pudessem ensinar ao filho conceitos sobre educação financeira. Além de fazer sucesso em Imigrante, as pipocas também chegam aos municípios de Colinas, Estrela, Arroio do Meio, Lajeado e Teutônia.
A ideia surgiu em 2019, quando Frêd pediu um videogame do modelo Xbox aos pais. Além de querer juntar o próprio dinheiro, Horn explica que percebeu a oportunidade de tornar a situação um aprendizado para o filho. “É uma forma de mostrar que quando a gente trabalha e se dedica, as coisas funcionam. Assim ele valoriza o dinheiro, o trabalho dos pais e entende a importância de saber sobre finanças”, relata.
Cleonice conta que o objetivo era produzir algo em que Frêd pudesse auxiliar na produção, por isso decidiram pelas pipocas. O produto gourmet, até então, não era comercializado no município. Os pais, que são advogado e fisioterapeuta, buscaram aprender como funciona a preparação. A primeira feira ocorreu em junho de 2021, com uma banca na frente de casa.
“Tivemos que trabalhar cedo. Hoje vemos que as crianças não compreendem de onde vêm as coisas. É uma oportunidade para que ele se torne uma pessoa responsável desde cedo”, afirma Clecimone. Hoje, o projeto possui um livro caixa que detalha as entradas e saídas, o que é guardado para continuidade do projeto e o que é destinado para a compra do vídeo game. Hoje, Frêd planeja comprar um Playstation 5.
Produção
As pipocas de leite ninho e cacau são as mais vendidas. Também têm os sabores de bolacha Oreo, churros e tortinha de limão. A cada feira, cerca de 100 pacotes são comercializados. Frêd conta que participa da produção desde o início até as vendas. A preparação inicia na quinta-feira para que as vendas ocorram no sábado.
O primeiro passo é estourar a pipoca, caramelizar e em seguida saborear ela. Após esfriar, as pipocas são pesadas e embaladas. “Eu ajudo a pesar antes de colocar na embalagem e também coloco os adesivos nos pacotinhos. E entrego em alguns lugares aqui perto de casa”, conta Frêd. Ele também recebe os clientes, chamados de “comedores de pipocas” na porta de casa para entregar o produto.
Os pais destacam que o principal é que ele se divirta nesse processo. Clecimone relata que Frêd também gosta de postar vídeos nas redes sociais, para que seus seguidores comprem as pipocas. “Quando não dá certo, ele grava de novo. Grava stories também. Ele gosta dessa parte”, destaca.
As vendas não param
O pequeno afirma que assim que comprar o video game, pretende continuar com o projeto para “realizar outros sonhos”, como comprar uma luva de goleiro ou uma cadeira gamer. Horn comenta que também incentiva o filho a auxiliar em alguma causa social. ‘Não decidimos ainda o que será feito, mas falamos em ajudar uma outra criança”, destaca. O objetivo é que até o fim do ano, o pequeno receba o video game.
