Jornal Nova Geração

PENSAR O VALE

Comitê prepara segundo seminário pós-enchentes

Prevenção, enfrentamento e reconstrução sustentam dois dias de debates. Especialistas do país, do estado e da região traçam caminhos para mitigar perdas provocadas por extremos climáticos. Evento ocorre em setembro, na Univates

Um ano após a inundação de setembro. Seminário será em 4 e 5 de setembro. Missão é buscar formas de reduzir prejuízos humanos, sociais e econômicos em caso de novos desastres ambientais. (Crédito da imagem: Filipe Faleiro)

Com o objetivo de discutir estratégias para reduzir os impactos das enchentes e demais episódios climáticos extremos, o comitê estratégico multissetorial formado em outubro do ano passado, organiza a segunda edição do seminário Pensar o Vale Pós-Inundações.

O evento está marcado para os dias 4 e 5 de setembro, na Univates. Com a participação de autoridades públicas, líderes regionais e especialistas do país, do RS e da região, a programação se sustenta em três eixos (prevenção, enfrentamento e reconstrução).

Serão cinco painéis temáticos, com assuntos que vão desde o entendimento sobre eventos climáticos adversos, formas de atendimento aos atingidos, até o acesso a programas de financiamentos internos e externos. Também estão previstas apresentações de experiências em outras regiões atingidas por catástrofes climáticas.

As atrações são organizadas pelo Grupo A Hora, em parceria com as entidades locais, como do Conselho Regional de Desenvolvimento (Codevat), Univates e associações dos municípios, do Turismo e dos vereadores (Amvat, Amat, Amturvales e Avat), Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT). O patrocínio é da Corsan e do BRDE.

Debate em busca de soluções

O diretor-executivo do Grupo A Hora, Adair Weiss, destaca a importância das forças regionais manterem o debate sobre as formas de mitigar os impactos das catástrofes climáticas, em especial das inundações, e buscar soluções conjuntas.

“O Vale precisa decidir o que deseja para o futuro. As inundações desnudam problemas diversos. Isso exige uma série de movimentos estruturados para tornar as nossas cidades e nossas comunidades mais resilientes.”

Na análise dele, um dos pontos centrais é a logística regional. Como cerca de 80% da matriz produtiva local está ligada à cadeia de alimentos, em especial pela atuação da agricultura familiar, a falta de estradas dificulta tanto o escoamento das produções como a chegada de insumos básicos. “Todos os setores econômicos perdem pela falta de infraestrutura.”

Trabalho contínuo

A presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Codevat), Cintia Agostini, ressalta que o seminário já estava planejado antes da inundação de maio. “Desde os eventos de setembro e novembro do ano passado, tínhamos a clara noção de que não podíamos deixar as ações estratégicas sem monitoramento”, comenta.

Com a enchente de maio, a maior da história, a urgência de revisitar os planos de contenção se intensificou. A comunidade regional se vê diante de um desafio maior, que exige uma preparação contínua e eficaz para mitigar os efeitos de novos eventos extremos, frisa Cintia.

“Precisamos minimizar o impacto de novos eventos, pois eles podem acontecer de novo, embora não saibamos quando ou em que condições”. O seminário deste ano tem a missão de trazer à tona o que foi feito até agora, identificar as lacunas e planejar os próximos passos. “Estamos lidando com o maior evento climático da história do Brasil, ocorrido aqui no Vale do Taquari. A dimensão desse desafio exige seriedade”, pontua a presidente do Codevat.

Projeto Educame

No primeiro dia do seminário, um dos destaques será o lançamento da cartilha para uso de estudantes das redes municipais do Vale e do livro voltado ao professor. As publicações fazem parte do projeto Educação Ambiental na Escola (Educame). A cerimônia ocorre a partir das 16h30min, do dia 4 de setembro.

“Não podemos mais ignorar a importância de estarmos atentos à questão ambiental. Temos uma visão antropocêntrica, de que tudo gira em torno do homem. Temos que mudar a cultura para uma forma biocêntrica, ou seja, a humanidade estar incluída dentro da natureza, com o menor impacto possível no ambiente”, diz o publicitário e escritor, Gilberto Soares, autor do livro.

A ideia começou a ser trabalhada no fim do ano passado, após os episódios de setembro e novembro. Conforme o diretor editorial e de produtos do A Hora, Fernando Weiss, o intuito é fazer com que os alunos sejam multiplicadores da cultura da prevenção nas famílias.

O livro consiste em uma série de informações sobre natureza, ambiente e relação humana. Traz consigo a exclusividade e o ineditismo de pormenorizar aspectos regionais, tais como um raio-x sobre a bacia hidrográfica do Taquari/Antas.

Programação

O Grupo A Hora, em parceria com o Comitê Estratégico e Multissetorial do Vale do Taquari, debatem três eixos: prevenção/ enfrentamento/reconstrução. O evento será nos dias 4 e 5 de setembro.

Painéis confirmados
  • Como estamos e o que fazemos para estarmos melhor preparados para os próximos eventos climáticos extremos?
  • Como agir durante os fenômenos climáticos para salvar as pessoas e amparar quem precisa de apoio?
  • Como (re)ocupar as cidades com resiliência? O que a tragédia nos ensinou e o que faremos daqui para frente?
  • Obras estruturantes. Mobilidade, logística, desassoreamento e contenção: o que precisamos saber e conhecer para não investir errado?
  • Financiamento e ações para estrutura. Como Vale se habilita para os fundos de financiamento e quais mecanismos existentes que precisamos conhecer para buscar ajuda externa?
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