Após ser danificada pelas cheias e interditada pelo governo, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Leo Joas será reconstruída, ainda no Bairro das Indústrias, mas em área não alagável. Na manhã deste sábado, 29, um ato organizado pelo Grêmio Estudantil e pelo Programa Cooperativas Escolares do colégio (Coopeleo), marcou o início dessa reconstrução.
A nova escola será erguida na esquina das ruas João Inácio Sulzbach com a Henrique Uebel, a 650 metros do antigo educandário e possuí orçamento estimado de R$ 7,5 milhões. No local, os estudantes, familiares e ex-alunos farão uma cápsula do tempo para eternizar as memórias do antigo prédio e projetar as expectativas e sonhos a partir do novo espaço.
As integrantes do Coopeleo Carolina Sulzbach, 14, e Marina Bervander, 14, se sentiram impotentes ao saberem que não poderiam retornar a antiga sede. “Foi muito triste, porque vivemos tantos momentos incríveis naquele espaço, que agora não pode mais nos receber”, ressaltam as alunas.
Entretanto elas compreendem a importância do recomeço para instituição. “É muito gratificante estar aqui e saber que a escola continuará no bairro original e poderá iniciar um novo capitulo na história da Lelo”, menciona Sulzbach.
Entre os materiais colocados no interior, estarão edições do Jornal A Hora e Nova Geração. A cápsula será aberta daqui a 25 anos.
Diretora da Emef há quatro anos, Cleonice Diehl, relembra que após a notícia de que a antiga sede não poderia ser revitalizada, gerou-se um sentimento de frustração nos colaboradores e na comunidade escolar, mas que enxerga nesse reinicio a chance de recomeçar. “Esse momento é nutrido de muita esperança por todos nós. É tempo de comemorar”.
Ao encontro da fala da gestora, a secretária de educação do município, Elisângela Mendes diz que o momento é importante porque significa uma conquista ao manter a escola no Bairro das Indústrias. “Isso representa a esperança de reconstrução de todo o bairro, porque a história da escola está atrelada à história do bairro”.
A avó da aluna Laura Valentina, 7, Maria Candida Wiesheimer, 58, acompanhou a oficialização do projeto, pela consideração e gratidão que a família tem pela instituição de ensino. “É magnifico, a escola acolheu ela de maneira inigualável”.
De acordo com a secretária, o momento também representa a força da comunidade. “Com esse momento, a gente quer mostrar a importância da escola para o bairro e continuar na busca pela captação de recursos para a construção”.
O projeto da nova escola está pronto, assim como o orçamento. O município trabalha agora na captação de recursos antes de iniciar as obras.
Escola modular
A ideia do governo foi de manter a unidade na mesma região, adequando o projeto para construção de uma escola modular.
Hoje, os quase 600 alunos foram realocados para outras escolas da cidade como o caso da Emef Odilo Afonso Thomé. A medida, em caráter emergencial, seguirá até que a estrutura da Leo Joas seja construída.
A construção será modular, com previsão de conclusão em até 120 dias. A expectativa é que a obra seja concluída em outubro, para que os alunos encerrem o ano letivo na nova escola.
Ao todo, mil estudantes foram impactados pelas cheias do mês de maio em Estrela. Além da Leo Joas, cinco escolas de educação infantil foram destruídas. O número alcança cerca de 35% das crianças e adolescentes atendidos pelo município.